24 de janeiro de 2014 - 16h45
Um surto do vírus coxsackie, comumente apelidado de "doença mãos, pés e boca", está a levar 15 a 20 crianças por dia às urgências do hospital da ilha Terceira, disse hoje à Lusa o responsável pelo serviço de pediatria.
A situação, segundo o diretor do serviço de pediatria do hospital, Francisco Gomes, começou "há uma semana".
O especialista, que refere não existir, até à data, qualquer internamento relacionado com este surto, alerta para o facto de se tratar de "uma doença benigna".
"Apesar de altamente contagiosa, é uma doença que tem uma evolução positiva, basta acompanhar os sintomas", disse.
O médico explicou tratar-se uma doença "pouco comum", que geralmente regista "um a dois casos por ano" na Terceira, mas que presentemente tem tido muita expressão não só na ilha, como em território continental: "Já falei com colegas do continente que têm situações semelhantes", afirmou.
A nível dos Açores, o surto regista-se, aparentemente, somente na ilha Terceira, uma vez que, contactados pela Lusa, o Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada (HDESPD) e o Hospital da Horta (HH) confirmam não ter qualquer ocorrência da doença.
Em novembro, este vírus levou dezenas de crianças à unidade hospitalar da ilha de São Miguel, tendo decrescido as ocorrências ao longo do mês seguinte até à sua atual inexistência.
Pertencente à família dos enterovírus, o coxsackie, altamente transmissível através de contacto com as secreções do nariz, garganta e boca, afeta sobretudo a população infantil, crianças entre os 3 e os 10 anos.
Além de febre, os principais sintomas são lesões cutâneas, borbulhas, que, como indica o seu nome, surgem ao redor da boca, nas mãos e pés, e que evoluem para vesículas num período entre 3 a 6 dias.
Lusa