Hernâni Dias indicou, à margem das comemorações do segundo aniversário da Unidade de Cuidados Continuados (UCC) da Santa Casa da Misericórdia de Bragança (SCMB), que o assunto está a ser tratado entre a Comunidade Intermunicipal (CIM) Terras de Trás-os-Montes e a tutela.

De acordo com o autarca, mais 53 camas garantiriam a cobertura total na região, que tem disponíveis e pagas pelos Estado, mas sem funcionar 20 camas em Bragança e 13 em Mirandela. Os autarcas querem acordos de cooperação para disponibilizar estas camas às populações e para mais 20 no concelho de Vinhais.

Hernâni Dias reconheceu, contudo, que no seio da CIM a questão não reúne ainda consenso. Enquanto Bragança entende que, se o Governo mantiver apenas a disponibilização de mais 20 camas, devem ser atribuídas à UCC de Bragança, Vinhais reclama a quota para o concelho onde ainda não existe esta resposta.

“O Ministério da Saúde terá de analisar convenientemente este assunto para que aquilo que já está feito entre em funcionamento e não colocar outras em funcionamento em detrimento das que já têm condições necessárias para funcionar”, defendeu o presidente da Câmara de Bragança.

O autarca vincou que se “verifica uma necessidade” destes cuidados e apontou que “cerca de 98 por cento dos utentes” das unidades de cuidados continuados deste território são população idosa.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, Eleutério Alves, responsável pela maior unidade de cuidados continuados da região, defendeu também que “com mais 40 ou 50 camas, o distrito ficaria perfeitamente coberto”.

“Não nos podemos esquecer que é um distrito envelhecido e quando se fala em dar mais 700 ou 800 camas ao Porto e a Lisboa, quando na verdade a área do país mais envelhecida é o interior, entendemos que nem sempre a visão política é correta”, acrescentou.

O provedor asseverou que vai continuar “a defender a necessidade de mais camas no distrito”, não só as 20 para Bragança, mas mais 13 para Mirandela e mais 20 para Vinhais”.

“Entendemos que todas elas não eram demais”, sublinhou.

Os responsáveis falavam na abertura das comemorações dos dois anos da UCC de Bragança, por onde passaram mais 330 utentes desde a inauguração.

A unidade foi construída e financiado pelo Estado para 60 camas, mas conseguiu apenas acordos de financiamento para 40, mantendo 20 camas disponíveis, mas sem utentes.

A Santa Casa de Bragança está a assinalar o aniversário com várias iniciativas, incluindo rastreios de saúde para toda a comunidade local.

O distrito de Bragança dispõe de unidades integradas na rede nacional de cuidados continuados em Bragança, Mirandela, Vimioso, Torre de Moncorvo, Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Vila Flor, Miranda do Douro e Macedo de Cavaleiros.

Entre os 12 concelhos do distrito de Bragança apenas os de Vinhais, Alfândega da Fé e Carrazeda de Ansiães não dispõem desta valência.

Os doentes são referenciados a nível hospitalar para qualquer unidade da rede nacional, conforme as vagas existentes.