Com o lema “a felicidade não tem idade”, a ‘Clowncare’ nasceu do sonho de um grupo de profissionais de várias áreas de “poder desenvolver intervenções em instituições com idosos através da arte do palhaço”, disse à agência Lusa Rita Margarida, da organização não-governamental sem fins lucrativos.

O sonho foi levado à prática e criaram equipas de palhaços profissionais que vão visitar “de forma regular” idosos em lares e centros de dia com o objetivo de “lhes devolver o direito à alegria”.

“É que o que nos move é a mesmo a alegria, a nossa missão é roubar sorrisos aos mais velhos. Tudo porque acreditamos numa sociedade mais inclusiva, justa e solidária que se preocupa e cuida do bem-estar dos nossos avós”, sublinha a associação.

Rita Margarida contou que uma equipa de palhaços já visitou um lar, tendo constatado através da alegria dos idosos que a sua missão fazia todo o sentido.

Para realizar as primeiras 100 visitas durante os próximos cinco meses a ‘Clowncare’ necessita de 6.500 euros.

Para conseguir esta verba lançou uma campanha de ‘crowdfunding’, que decorrerá até 15 de abril, em que apela às pessoas e instituições para apoiarem esta missão nem que seja com um euro.

A associação já tem “vários pedidos”, sendo seu objetivo responder a todas as instituições. Inicialmente as equipas irão visitar lares e centros de dia da grande Lisboa, mas o objetivo é alargar o projeto a outras regiões do país.

Em Portugal existem mais de 160 mil idosos institucionalizados que, apesar de estarem acompanhados, estão sozinhos e “nós queremos contribuir para que essa solidão seja cada vez menos notada”.

“Há uma necessidade muito grande de comunicação, de presença, de toque, de partilha de coisas” por parte dos idosos, lamentou Rita Margarida, sublinhando esta pode ser uma forma de combater esta solidão.

Para conseguir levar esta iniciativa ao maior número de beneficiários possível as equipas no terreno terão formação especializada e serão pagas.

A associação prevê obter receitas através da prestação de serviços às instituições privadas para que as instituições sem fins lucrativos possam usufruir das suas visitas gratuitamente ou por um valor simbólico.