Até ao momento, "cancelar ou mudar a sede dos Jogos Olímpicos não mudaria de maneira significativa a propagação internacional do vírus zika", estima a OMS em comunicado.

O Brasil é o país mais atingido, com cerca de um milhão e meio de pessoas infetadas com o vírus desde 2015. Cerca de sessenta países registaram casos de Zika, que se propaga através da picada de mosquitos ou de relações sexuais.

"As pessoas continuam a viajar para estes países por muitos motivos, a melhor maneira de reduzir o risco é seguir as recomendações de saúde pública", sustentou a OMS.

As autoridades brasileiras confirmaram que os Jogos Olímpicos vão acontecer conforme planeado. O ministério da Saúde diz que continua a seguir as orientações da OMS, que afirma que os riscos de infecão por Zika em agosto são "mínimos". Mais de 150 especialistas pediram na sexta-feira, por carta aberta, para adiar ou mudar a sede dos Jogos Olímpicos previstos em agosto no Rio de Janeiro devido ao surto de Zika.

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"A nossa maior preocupação é a saúde pública mundial. A estirpe brasileira do vírus Zika afeta a saúde de maneiras que a ciência nunca observou", dizem na carta médicos e investigadores das principais universidades do mundo.

"Um risco desnecessário apresenta-se quando 500.000 turistas estrangeiros de todos os países vierem aos Jogos", escreveram.

O zika pode causar transtornos neurológicos e microcefalia, uma malformação na qual a criança nasce com um cérebro pequeno.

Aproximadamente 1.300 bebés nasceram no Brasil com deficiências irreversíveis desde que o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, começou a transmitir Zika, no ano passado.

A OMS recomendou que as mulheres grávidas não viajem para países ou regiões onde foram registados casos de transmissão sexual do zika, o que inclui o Rio de Janeiro.

As pessoas que querem viajar para o Brasil para os Jogos Olímpicos devem seguir as recomendações de saúde pública dos seus países antes de partir e consultar um médico, acrescentou a OMS.