Os oito inquéritos abertos após a morte de doentes que, no último inverno, aguardaram horas a fio em vários serviços de urgência hospitalares para serem observados não podem ser imputados aos profissionais de saúde envolvidos, concluiu a Inspeção-Geral de Actividades em Saúde (IGAS).

A notícia é avançada pela edição impressa desta quinta-feira do jornal Público.

A IGAS propõe, contudo, uma série de mudanças de “natureza administrativa”, já transmitidas aos conselhos de administração dos hospitais em causa, e avisou que vai vigiar a sua “implementação”.

As mortes sucederam-se entre o final de dezembro de 2014 e as três primeiras semanas de janeiro nos serviços de urgência dos hospitais de S. José (Lisboa), Santa Maria da Feira, Setúbal, Peniche, Santarém, Aveiro e Garcia de Orta (dois casos, neste último hospital localizado em Almada).

Na altura, partidos da oposição, dirigentes e profissionais de saúde punham em causa a falta de recursos humanos e de camas nos hospitais públicos.

Oito meses depois, a averiguação da IGAS conclui não haver matéria que permita imputar a violação dos deveres funcionais, nem a violação dos deveres profissionais na assistência médica.

Um relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe informou na terça-feira que no inverno passado houve mais de 5500 mortes acima do esperado para aquela altura do ano.