“Estimou-se, no total, um excesso de 5.591 óbitos em relação ao esperado, correspondendo a uma taxa de 54 óbitos por cada 100 mil habitantes”, refere o relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), apontando que o excesso de mortalidade ocorreu sobretudo nos dos primeiros meses deste ano.

O período de excesso de mortalidade coincidiu com a epidemia da gripe e com um período de temperaturas mínimas abaixo do normal, explica o documento.

Dos mortos em excesso, 93% podem ser atribuídos a uma das duas causas, estimando-se que 76% dos casos terão ficado a dever-se à gripe e 17% à vaga de feio.

Em fevereiro, quando foram conhecidos os resultados preliminares da vigilância da gripe, a época 2014/2015 tinha sido já apontada como a que teve o maior registo de mortes além do esperado desde a época gripal 1998/1999, na qual se verificaram 8.514 óbitos.

Numa análise aos casos de gripe com necessidade de observação nos cuidados intensivos, o INSA concluiu que cerca de 80% dos doentes tinham uma doença crónica subjacente e que apenas 15% estavam vacinados contra a gripe sazonal.

A taxa de letalidade foi estimada em 23,7%, quase o dobro da registada na época anterior, verificando-se que 70% das mortes ocorreram em pessoas com mais de 64 anos.

Campanha de vacinação

A atual campanha da vacinação contra a gripe arrancou há menos de uma semana, com as vacinas a serem gratuitas para cidadãos com 65 e mais anos de idade.

A campanha vai decorrer durante todo o outono e inverno e a vacina é igualmente gratuita, sem necessidade de receita médica ou de pagamento de taxa moderadora, para pessoas vulneráveis residentes ou internadas em instituições.

A Direção-geral da Saúde recomenda “fortemente” a vacinação “a pessoas a partir dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos seis meses de idade), grávidas, bem como a profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, por exemplo, em lares de idosos”.