O caso sugere que o risco de propagação do Zika pode ser maior do que se pensava e conduzir a recomendações mais rigorosas sobre sexo desprotegido depois de viajar para áreas afetadas pelo Zika, segundo os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).

O homem, que vive em Maryland, viajou para a República Dominicana no primeiro semestre deste ano e voltou sem relatar qualquer sintoma do vírus, que costumam ser erupções cutânea, dores nas articulações, febre ou olhos vermelhos.

O homem teve relações sexuais sem preservativo com a sua parceira em duas ocasiões, 10 e 14 dias após o seu regresso. Ao 16.º dia, a mulher apresentou febre e erupções cutâneas. Em junho, as autoridades de saúde de Maryland foram notificadas sobre o caso e a mulher testou positivo para o Zika.

A mulher, que não está grávida, garante não ter tido outros parceiros sexuais nas duas semanas anteriores ao aparecimento da infeção e também não recebeu transfusões de sangue ou transplantes de órgãos.

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O homem fez o teste ao vírus Zika 29 dias após o regresso da viagem e os resultados confirmaram "uma recente e não especificada infeção por flavivírus", disse o CDC, referindo-se a uma família de vírus que inclui o Zika, a dengue e o vírus do Nilo Ocidental.

"O sémen colhido no 31.º dia não tinha vírus Zika detectável", acrescentou.

O zika é transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti, mas também por contacto sexual. Quatro em cada cinco pessoas que contraem o vírus não apresentam sintomas.

A infeção pelo zika é, porém, particularmente perigosa para as mulheres grávidas, visto que o vírus pode causar malformações congénitas em fetos em desenvolvimento, como a microcefalia.

Atualmente, o CDC recomenda aos casais que querem engravidar que esperem pelo menos oito semanas se um dos parceiros tiver viajado para uma zona com transmissão ativa do vírus.