Segundo o Jornal de Notícias de hoje, o Ministério da Saúde apresentou uma proposta que visa dar incentivos aos médicos para passarem de 1.900 para até 2.500 utentes.

Numa resposta enviada à agência Lusa, o Ministério refere que o alargamento da lista de utentes, que ainda está em discussão com os sindicatos médicos, será transitório, voluntário, será apenas em zonas carenciadas como para os incentivos à mobilidade e terá a dimensão que os médicos estiverem dispostos a aceitar individualmente “até um limite a definir”.

Acrescenta o Ministério que outra das regras para o alargamento será o pagamento suplementar.

“Com tudo isto os sindicatos concordam, embora a Federação Nacional dos Médicos tenha apresentado uma reserva natural que depende do facto de serem uma federação de sindicatos e não terem tido tempo de consultar todos os ‘federados’”, adianta a resposta do gabinete do ministro Paulo Macedo.

Os sindicatos ficaram de apresentar uma proposta “mais elaborada e com comentários à primeira proposta”, acrescenta o Ministério.

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, considera impossível aumentar o número de utentes por médico de família até aos 2.500, considerando que acompanhar listas de 1.900 pessoas já é demais.

Para o bastonário, a medida só seria possível aumentando o horário dos médicos de família: “É uma questão de negociação sindical e de retribuição, com o pagamento de horas extraordinárias”. “Seria a única solução para, eventualmente, quem a pudesse aceitar”, sustentou.

Também hoje, o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, considerou “uma indignidade” o número dos utentes que não têm médico de família em Portugal, mostrando-se disposto em colaborar com o Governo numa solução transitória.