A notícia é avançada pela edição impressa desta quarta-feira (30/11) do Diário de Notícias.

Dezembro costuma ser o mês com maior procura dos serviços de médicos por causa dos primeiros casos de gripe e das doenças respiratórias causadas pelos frio.

As empresas de prestação de serviço já estão a publicar anúncios a pedir médicos de várias especialidades para urgências e serviços.

"As escalas estão vazias. Já recebi um email de um colega de um hospital a relatar que a escala está cheia de faltas em dezembro. E muitas das empresas não têm capacidade para colocar médicos. A maioria dos hospitais vai ter problemas em fazer as escalas das urgências", diz Carlos Cortes, presidente da secção Centro da Ordem dos Médicos, ao referido jornal.

Veja isto: As frase mais ridículas ouvidas pelos médicos

 Internos no lugar de especialistas

"Só espero que não caiam na tentação ilegal de colocar no lugar de um especialista médicos em formação. É contra todas as regras da Ordem. Temos relatos de internos que falam de pressão para ocupar lugares onde faltam especialistas para o final do ano. Este é um problema que tem de ser resolvido em antecedência e não sinto que tenha sido feito nos hospitais. Tudo vai depender do pico da gripe. O alargamento dos horários nos centros de saúde não é solução porque não têm medicamentos e equipamentos simples para resolver as questões", conclui o responsável.

Há hospitais em que a situação é de rutura. "No norte do país não temos radiologia a partir da meia-noite em presença. Dermatologia, anestesiologia, radiologia, medicina interna são especialidades em falta em alguns serviços. A urgência é um reflexo disso mesmo. Os hospitais estão com muita dificuldade em organizar escalas e assegurar as urgências com o número de médicos que as equipas devem ter. Há hospitais que não conseguem ter a urgência a funcionar se não contratarem empresas", afirma Miguel Guimarães, presidente da região Norte da Ordem dos Médicos, escreve o Diário de Notícias.

no ano passado vários hospitais do Norte e Sul do país passaram por uma situação semelhante: médicos a pedirem férias, outros com baixa por doença e escalas médicas vazias.