O Ministério do Trabalho do Japão transferiu esta quarta-feira (11/01) o caso para o Ministério Público, o segundo com estas características depois de a empresa de publicidade Dentsu ser investigada pela morte de uma funcionária, que se suicidou por trabalhar de forma excessiva e de outro trabalhador pelo mesmo motivo.

A Mitsubishi Electric alegadamente obrigou um funcionário de 31 anos, que tinha entrado na empresa em abril de 2013, a trabalhar mais de 100 horas extraordinárias por mês, no que acabou por provocar uma perturbação mental, segundo a agência de notícias Kyodo. “Trataremos o caso com atenção”, disse à agência um porta-voz da empresa, que assegurou que serão tomadas medidas para manter as horas de trabalho a nível adequado.

Estes casos reavivaram a preocupação no país com a saúde dos trabalhadores a nível nacional e a sua consequência mais extrema, o “karoshi”, ou morte por excesso de trabalho.

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No passado mês de outubro, o Governo publicou um relatório em resposta a estes casos que revelou que quase um quarto dos funcionários no Japão pode exceder o limite de 80 horas extraordinárias por mês estipuladas pela legislação do país.

O Executivo aprovou em dezembro um pacote de medidas de emergência destinadas a prevenir novas mortes e a aumentar a vigilância sobre as empresas para garantir que cumprem o regulamento.

O Governo japonês aprovou em 2015 uma lei para travar o excesso laboral, ainda que a falta de rigor no registo das horas extraordinárias por parte das empresas e a disponibilidade dos funcionários para alargar os seus dias de trabalho para receber bónus dificulte o controlo sobre esta prática.