As autoridades japonesas processaram a Dentsu, bem como um dos seus dirigentes, apontando-a como a responsável moral pela morte de Matsuri Takahashi, uma jovem de 24 anos que pôs termo à vida em dezembro de 2015.

A jovem chegou a trabalhar até 105 horas extra por mês, apesar dos registos da Dentsu mostrarem um cômputo dentro do limite legal. A família denunciou que a empresa forçou a jovem a registar menos horas que as realmente cumpridas. A funcionária, que morreu em dezembro do ano passado e tinha entrado sete meses antes para a empresa, deixou o testemunho sobre as duras condições de trabalho na sua conta de Twitter, onde detalhava dias de 20 horas diárias.

De acordo com o The Japan Times, o presidente da Dentsu apresentou a demissão esta quinta-feira e vai efetivá-la na assembleia do conselho de administração em janeiro. Tadashi Ishii assume  a responsabilidade pela morte da funcionárias e lamenta "não ter conseguido acabar com a cultura de horas extra" que entretanto já admitiu der "extremamente punitiva".

Entretanto, o Governo do Japão adotou uma série de medidas de emergência para prevenir as mortes por excesso de trabalho, após a morte de dois funcionários da agência de publicidade Dentsu.

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As medidas, aprovadas na segunda-feira (26/12) pelo Ministério do Trabalho e noticiadas pelo jornal económico Nikkei têm como objetivo aumentar a vigilância sobre as empresas para garantir que cumprem o regulamento das horas extraordinárias.

As autoridades japonesas vão fazer inspeções surpresa às empresas e vão publicar os nomes daquelas onde se tenham registado mortes relacionadas com o excesso de trabalho, ou “karoshi”, bem como das empresas que obriguem os seus funcionários a trabalhar mais horas extraordinárias que as recomendadas por lei (80 por mês).

No passado mês de outubro, o Governo publicou um relatório em resposta a dois casos de “karoshi” que revelou que quase um quarto dos funcionários no Japão pode exceder esse limite.

O pacote de medidas, que entrará em vigor em janeiro, inclui algumas para aconselhar as empresas sobre as normas laborais e para promover a atenção médica e psicológica aos funcionários que precisem dela, por cansaço ou stress laboral.