A doença estará a afetar milhares de militantes na Síria (pelo menos 2.500) e a ameaçar a sobrevivência do grupo, que se estima que tenha à volta de 50.000 seguidores, escrevem os tablóides britânicos Sun e Mirror, que citam fontes locais.
Na origem do problema estarão as fracas condições sanitárias, a par do calor, que potenciariam a proliferação das moscas da areia, um animal portador do parasita que provoca lacerações na pele que dão origem a chagas semelhantes às da lepra.
A recusa de cuidados médicos não aprovados pela sharia estará, por outro lado, a agravar a situação.
Doença espalhada na Síria
Em janeiro, o jornal The Independent escrevia que os quatro anos de conflito na Síria tinham provocado a deterioração quase completa da rede de cuidados de saúde estatais, deixando centenas de áreas "vulneráveis a surtos de doenças infeciosas" de várias tipologias.
Por outro lado, a organização não governamental Médicos Sem Fronteiras viu a sua rede de ação reduzida no país devido à proliferação do terrorismo.
Segundo fontes médicas citadas pelos referidos jornais, a leishmaniose cutânea estaria já "fora de controlo na Síria" onde teriam sido identificados "pelo menos 100.000 casos".
A doença tem ganho força no Médio Oriente, onde a doença já se tornou endémica, de acordo com um estudo da Universidade Islâmica Imam Muhammad Ibn Saud, na Arábia Saudita. A Jordânia, Iraque, Arábia Saudita e Síria aparecem como os países com maior incidência.
"Estamos a ver mais de 100.000 casos da forma cutânea de Leishmaniose, que é conhecida na região como o 'Mal de Aleppo'. Isto está a suceder devido à proliferação de moscas da areia. O país sempre teve problemas com a doença e agora está fora de controlo. Não sabemos sequer a extensão real, porque a Organização Mundial de Saúde não pode ir em segurança para aquela área", cita o jornal britânico.
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