Um estudo realizado por investigadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, concluiu que as moscas podem transmitir mais doenças do que aquilo que se pensava.

A Musca domestica - mosca-doméstica - e a Chrysomya megacephala - mosca-varejeira - carregam, cada uma delas, mais de 300 tipos de bactérias diferentes, responsáveis por doenças como infeções no estômago, intoxicações alimentares e pneumonias, conclui o estudo.

Normalmente, as bactérias alojam-se nas asas e nas pernas dos insetos. "As pessoas tinham alguma noção de que as moscas transportavam agentes patogénicos, mas não tinham ideia da dimensão e da escala em que as bactérias podem ser transportadas", começa por dizer Donal Bryant, professor de bioquímica molecular da Universidade da Pensilvânia e um dos autores do estudo, citado pela BBC.

Ao todo, os investigadores analisaram 116 moscas diferentes, provenientes de três continentes.

Os investigadores pretendem mostrar que as moscas podem estar a ser subestimadas pelas autoridades de saúde pública: "Nós acreditamos que existe um mecanismo de transmissão patogénica que tem sido negligenciado pelas autoridades de saúde pública", salienta o especialista.

"As moscas podem estar a contribuir para a transmissão de agentes patogénicos em situações de surto", acrescenta.

As moscas caracterizam-se por frequentarem ambientes com pouca higiene, como aterros sanitários e lixeiras. Por outro lado, estes insetos alimentam-se de comida em decomposição e animais mortos, escreve a referida estação de televisão britânica.