A empresa francesa Statlife criou um software que antecipa o risco de cancro da mama. O MammoRisk, um programa de análise que, com base em dados de testes de despistagem de um milhão de cidadãs francesas e norte-americanas, estima as possibilidades de incidência da doença, já está a ser utilizado pelo Institut Gustave Roussy, instituto especializado na investigação da doença, localizado em Villejuif.

«A tecnologia usada pelo MammoRisk permite-nos avaliar, a partir de uma base de dados de mulheres acompanhadas durante um determinado período de tempo, os riscos que corre quando comparada com as que lhe estão mais próximas», refere a empresa em comunicado. Com base nessas informações, são definidos os períodos para realização de mamografias e outros exames clínicos de despistagem.

Além da idade, do número de cancros na família e de biópsias mamárias realizadas, a densidade do seio também passa a ser avaliada pelo software. A notícia é avançada numa altura em que, nos EUA, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) está a tentar usar a inteligência artificial para vencer a doença. Na Holanda, a Universidade de Twente desenvolveu um novo tipo de mamografia em 3D, Pammoth.

Novo composto químico em fase de testes

Outra das novidades é a descoberta de substâncias para tratamentos mais eficazes, como é o caso do composto químico eCF506. Testado em laboratório, atinge uma molécula necessária para as células do cancro da mama crescerem e se multiplicarem. Em comparação com outras substâncias, demonstrou ser mais seletiva, não afetando outras moléculas presentes na célula, podendo ser mais eficaz e ter menos efeitos secundários.

A equipa da Universidade de Edimburgo por detrás desta inovação acredita que esta substância é uma forte candidata para uma nova geração de terapias. No entanto, à semelhança de muitas outras novidades terapêuticas em desenvolvimento, é necessário realizar mais testes antes de se avançar para ensaios clínicos. Em Portugal, o cancro da mama mata quatro mulheres por dia, perto de 2.000 por ano.