Se o seu baton hidratante inclui, na sua composição, as siglas MOSH, POSH e MOAH, deve deixar de o usar. A recomendação é da Deco, a Associação de Defesa do Consumidor. Segundo o organismo, essas siglas representam substâncias potencialmente perigosas para a saúde. "São os chamados hidrocarbonetos, que fazem parte da composição dos óleos minerais", explica a Deco.

Essas substâncias nocivas foram detetadas em 14 produtos para hidratar os lábios à venda em Portugal. "Entre os seis batons [testados] sem estas substâncias, o melhor do teste custa menos 5 euros do que o mais caro", refere ainda a Deco.

Entre os batons que a Deco recomenda não comprar estão produtos da marca Uriage, La Roche-Posay, Vasenol, Avène, Neutrogena, Vichy, Carmex, Eucerin, Labello e Johnson's. Por outro lado, a Deco aprovou os produtos analisados da marca Cien, Caudalie, Bonté, Cattier, Dr. Organic e Weleda Everon.

A lei permite a utilização de óleos minerais em cosméticos, "se se conhecerem todos os antecedentes de refinação e se se puder provar que a substância a partir da qual foram produzidos não é carcinogénica", explica a assoicação.

Veja ainda: 17 sintomas de cancro que os portugueses ignoram

Saiba mais: 10 coisas do dia a dia que causam cancro

"Contudo, a presença de mais de 10% de hidrocarbonetos saturados de óleos minerais (MOSH) e de hidrocarbonetos sintéticos saturados (POSH) em produtos que podem ser engolidos, como os hidratantes labiais, é potencialmente perigosa", defende a Deco.

"Os hidrocarbonetos aromáticos de óleos minerais (MOAH) não devem fazer parte destes cosméticos, por se suspeitar de que são cancerígenos", conclui.

Por precaução, a Deco recomenda evitar os produtos que incluem: cera microcristallina ou microcrystalline wax; ceresin; hydrogenated microcrystalline wax; hydrogenated polyisobutene; ozokerite; paraffin ou parafina; paraffinum liquidum; petrolatum; polybutene; polyethylene; polyisobutene; synthetic wax.

"Se costuma usar cosméticos para aplicar na pele, como cremes hidratantes, com estas substâncias, pode continuar a fazê-lo. Neste caso, a quantidade absorvida é mínima e não representa perigo para a saúde", lê-se ainda na nota.