O Serviço de Cuidados Paliativos do IPO Porto, que assiste por ano mais de mil doentes, conta desde hoje com um apoio de 15.000 euros, doados pela Fundação Manuel António da Mota, para apoiar doentes e famílias mais carenciados.

O protocolo assinado entre a fundação, IPO/Porto e o Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro visa a criação de um serviço especializado de apoio social aos doentes oncológicos que se encontram em avançado estado crítico.

Rui Pedroto, administrador executivo da fundação, explicou que o objetivo é apoiar desde “a simples aquisição de medicação, ao pagamento do telemóvel, uma refeição ou permitir que um familiar possa vir visitar um doente com mais frequência”.

O responsável explicou que a Liga, em articulação de esforços com o IPO, vai montar essa unidade social de apoio aos doentes da Unidade dos Cuidados Paliativos.

"O desejo fundamental é que a resposta seja rápida, que acorra a necessidades das pessoas e que se possa dar algum conforto a doentes e seus familiares, que estão numa situação de grande fragilidade. Trata-se de um grupo que é fundamental apoiar de uma forma rápida", disse.

Este novo serviço visa também permitir aos clínicos melhorar a eficiência do acompanhamento prestado ou contribuir direta ou indiretamente para diminuir o risco de isolamento ou de exclusão social.

Para a diretora do Serviço de Cuidados Paliativos do IPO/Porto, Carolina Monteiro, a verba servirá, sobretudo, para “ajudar a concretizar algumas vontades do doente, que não são mais do que pequenos mimos”.

A responsável salientou que a procura dos cuidados paliativos tem “aumentado substancialmente”, considerando este tipo de apoio essencial para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, que muitas vezes não têm retaguarda familiar capaz de lhes garantir os cuidados essenciais.

A gestão do serviço está cargo de uma equipa que integra um representante de cada uma das instituições, que tem como função dar resposta em 24 horas aos pedidos que lhes forem chegando.

Os responsáveis irão focar os auxílios nos doentes e famílias que atravessam “um período de sérias necessidades económicas, financeiras e psicossociais suscetíveis de prejudicar o bem-estar e qualidade de vida dos utentes em tratamento”.

A presidente da Fundação Manuel António da Mota, Maria Manuela Mota, reconheceu que “15 mil euros é muito pouco para tantas necessidades”, apelando por isso à solidariedade de outras instituições.

A Fundação Manuel António da Mota foi instituída pelo Grupo Mota-Engil e pela família Mota e tem como primeira prioridade perpetuar a memória do fundador, Manuel António da Mota.

Pretende contribuir para o desenvolvimento e apoio a iniciativas de natureza social e cultural, nos domínios da educação, saúde, ambiente, organização e apoio à atividade artística.

03 de outubro de 2011

Fonte: Lusa