O Conselho de Administração do IPO/Porto teceu estas considerações a propósito da informação avançada pelo Diário de Notícias que dá conta de que o instituto de oncologia “vai passar a revistar, com a ajuda da PSP se necessário, malas, sacos, e carros de doentes, visitantes e funcionários”.

Segundo uma norma aprovada no final de 2015, a que jornal teve acesso, estão previstas operações de controlo “tanto frequentes como possíveis”.

Na sequência de pedidos de esclarecimentos feitos pela agência Lusa, a administração daquela unidade hospitalar refere: “Não se têm verificado eventos de furto ou intrusão significativos”.

Sublinha, no entanto, que “numa organização que se dispõe a ser auditada, todas as normas devem estar escritas, acessíveis e divulgadas internamente”.

O IPO-Porto esclarece que é desde 2004 acreditado pelo CHKS (Caspe Healthcare Knowledge Systems – ex HQS King’s Fund International) e pelos normativos ISO 9001-2008.

“Dentro dos critérios de qualidade da organização estão as políticas e as normas de controlo interno no sentido da proteção das pessoas e bens (dos doentes, das visitas e dos funcionários)”, sublinha.

“Este ano teremos nova auditoria geral e algumas das normas informais foram transpostas para documentos auditáveis”, acrescenta.

O IPO/Porto refere ainda que também dispõe de “um Código de Ética desde 2010. O procedimento, no que respeita à matéria de controlo de bens do IPO-Porto, é comum ao que integra a regulamentação de outras unidades hospitalares e múltiplas empresas privadas”.

A administração diz ainda lamentar que “uma medida dissuasora de comportamentos reprováveis e ilícitos e que representa um esforço de implementação de um ambiente de segurança dos doentes e profissionais, seja objeto de análise crítica pouco assertiva por sindicalistas médicos”.

Em declarações ao Diário de Notícias, Merlinde Madureira, da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou que a norma “é invulgar”.

“A forma como será feito o controlo não faz sentido e não é muito elegante para os utentes e funcionários”, disse a dirigente da FNAM, que questiona também a “legalidade” da medida.