Os anticorpos - os "soldados da frente" do sistema imunitário - "neutralizaram eficazmente" o Zika em células humanas cultivadas em laboratório e foram também eficazes contra um outro vírus semelhante, o dengue, anunciou uma equipa de cientistas europeus na revista Nature.
De acordo com a agência de notícias France Presse, a descoberta "pode levar ao desenvolvimento de uma vacina universal" contra as duas doenças, esperam os cientistas.
As moléculas capazes de neutralizar o Zika foram retiradas de pessoas que já tinham sido infetadas com dengue e cujos sistemas imunitários produziram anticorpos para combater a doença.
"Os anticorpos poderiam ser usados, por exemplo, para proteger as mulheres grávidas com risco de contrair o vírus Zika", comenta Felix Rey, especialista em virologia no Instituto Pasteur, em Paris, e coautor dos estudos.
"Nunca esperámos descobrir que os vírus do dengue e do Zika são tão próximos que alguns anticorpos produzidos contra o vírus do dengue podeam também neutralizar o Zika de forma potente", acrescentou.
O vírus Zika propaga-se principalmente através da picada do mosquito Aedes Aegypti infetado, mas pode também ser transmitido sexualmente e de mãe para filho.
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O vírus está ligado a um surto de casos de microcefalia, uma malformação congénita rara que se manifesta por um crânio e cérebro anormalmente pequenos e atrasos no desenvolvimento mental.
A Direção-Geral da Saúde em Portugal recomenda, a propósito do vírus Zika e dos Jogos Olímpicos, que decorrerão no Brasil, que as grávidas não viajem para este país e que, se os cônjuges o fizerem, usem preservativo.
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