No mundo da saúde, as estatísticas são utilizadas para nos fazer sentar e prestar atenção, mas por trás desses números estão pessoas reais.

No campo da hepatite C, mais e mais doentes têm dado um passo em frente partilhando as suas histórias sobre a luta que travaram para eliminar a doença, procurando impedir que outras pessoas passem pelo mesmo.

O Luís, que fala no vídeo, é um ex-doente confrontado com hepatite C e diagnóstico de co-infecção pelo VIH/Sida. Antes de ser diagnosticado com hepatite C, passou dois a três anos a sentir-se mal sem saber que sofria da doença.

Foram várias as visitas a uma variedade de departamentos e médicos que resultaram no diagnóstico de depressão, que ele sabia ser impreciso. O Luís estava a lutar com o sentimento de letargia e era incapaz de se mover e sentia que não eram problemas da mente.

Sensação de alívio

Depois de diagnosticado com hepatite C, sentiu uma sensação de alívio. Havia uma condição médica, um nome, uma doença.

Enquanto viveu com a hepatite C, Luís sentiu pessoalmente o estigma comum que existe da associação da hepatite à toma de drogas. A vivência com esta perceção errada teve um grande impacto psicológico na luta contra a doença.

Para o Luís, saber que tinha hepatite C foi extremamente importante. Há também muitas pessoas que não sabem que têm hepatite C e que as inovações no tratamento são sinónimo de cura. A cura tem um duplo significado para o Luís: em primeiro lugar, significa a impossibilidade de transmitir a doença e em segundo lugar significa que ele pode sobreviver.

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Os doentes estão a abrir caminho para que a eliminação da hepatite C seja a próxima grande conquista da humanidade.

Para aumentar a consciencialização para a doença e, mais importante, para o facto de ela ser curável, no Dia Mundial da Hepatite (2.07) o Committed to Cure convida todas as pessoas a juntarem-se a uma campanha que procura incentivar as pessoas a assumir o compromisso de curar através da partilha de um "c-selfie” e utilização do hastag #CisForCure nas redes sociais.

O Luís não faz parte da coligação Committed to Cure. É o presidente do EATG (Grupo Europeu de Tratamento da Sida) e do GAT (Grupo de Ativistas em Tratamentos)