10% dos médicos é contra as vacinas que combatem HPV e o pneumococo. O número acaba de ser avançado por um estudo da Société Française de Médecine Générale (SFMG) e, segundo vários especialistas internacionais, não difere muito da realidade de outros países europeus mais próximos, como é o caso de Portugal. De acordo com este organismo, nove em cada 10 profissionais de medicina é, de um modo geral, favorável à vacinação.

Nos últimos tempos, muitos têm, contudo, sido confrontados com uma desconfiança maior e uma resistência crescente dos pacientes face à vacinação. Dois terços dos 1.069 médicos inquiridos nos últimos dois anos acaba por assumir, todavia, que nem sempre dispõe de tempo durante as consultas para discutir o problema com os doentes. A vacina do Vírus do Papiloma Humano (HPV) é, em 90% dos casos, a que gera mais desconfiança.

Para nove em cada 10, a vacina anti-pneumocócica também é vista com algum preconceito. 22,4% dos especialistas inquiridos confessou mesmo não ser adepto da prescrição desta vacina. Um terço dos médicos critica ainda os meios de comunicação social e os organismos de saúde pública do país pelas informações que muitas das vezes transmitem. «As crises e os escândalos sanitários abalaram a confiança das pessoas», afirma a SFMG.

Texto: Luis Batista Gonçalves