Se pensarmos que os antepassados escalaram montanhas geladas e atravessaram grandes distâncias (terrestres ou marítimas) com pouquíssimos recursos tecnológicos percebemos facilmente que o ser humano tem muitos recursos próprios. O escritor Scott Carney descreve estes recursos como “poderes humanos”, que podem ser aprimorados e desenvolvidos, segundo o mesmo. No seu livro “What Doesn’t Kill Us” (“O Que Não Nos Mata”), o escritor analisa a capacidade do ser humano sobreviver em ambientes extremos. Apesar de muita gente pensar que morreria caso ficasse uma semana abandonado na selva, o corpo do homem é programado para suportar inúmeras adversidades.
Veja alguns exemplos e deixe-se surpreender com aquilo que o nosso corpo faz:
1. Consegue suportar baixas temperaturas
O guru holandês Wim Hof diz que depois de aprender algumas técnicas de respiração e a exposição a baixíssimas temperaturas conseguiu desenvolver a capacidade de se aquecer naturalmente e de se adaptar mais rapidamente a grandes altitudes. Hof afirmou que também seria capaz de controlar o seu sistema imunitário. Ele foi o primeiro ser humano analisado pelo autor Scott Carney e dessa forma descobriu que quem segue o método Hof de controle imunitário consegue efetivamente bons resultados nesse sentido. O guru foi capaz, por exemplo, de escalar o monte Kilimanjaro em apenas 28 horas – e sem camisa! A maioria das pessoas leva 1 semana para isso, principalmente por conta da adaptação ao frio.
2. Consegue sobreviver em grandes altitudes
Quem já visitou cidades situadas de grandes altitudes, como La Paz, na Bolívia, já deve ter percebido que a fadiga se instala muito mais rápido do que estamos habituados. Isto porque o corpo humano se adapta a isso através de mutações nos glóbulos vermelhos, que se tornam mais propícios a manter o oxigénio. Esses efeitos mantêm-se mesmo depois de deixar estas cidades. Para povos nativos, que sempre viveram em grandes altitudes, os efeitos são praticamente permanentes, fazendo-os viver tranquilamente em lugares com o ar bastante rarefeito, como em algumas regiões dos Himalaias.
3. Consegue suster a respiração durante mergulhos profundos
Em 1949, Raimondo Bucher mergulhou a 30 metros de profundidade na costa de Naples, na Flórida (Estados Unidos), sem nenhum tipo de equipamento ou tubos de oxigénio. Os cientistas achavam que o seu corpo não suportaria, mas ele entrou para a história do mergulho livre da era moderna. Recentemente, foi descoberto que mergulhar de forma profunda na água faz com que a nossa frequência cardíaca diminua, assim como o consumo de oxigénio. A prática já tem levado alguns humanos a suportar a pressão de mais de 200 metros de profundidade e cerca de 22 minutos sem oxigénio. Qual será o limite do nosso corpo nestes casos?
4. Consegue correr longas distâncias
O ser humano é muito mais fraco que outras espécies em diversos atributos físicos, mas tem um no qual ganhamos: a corrida de longa distância. O corpo do homem é capaz de suportar grandes distâncias sem perder o ritmo. Inclusivé, já se viu que o homem é capaz de ganhar ao cavalo em competições de 35 e 80 km! É esta qualidade que explica, por exemplo, como Dean Karnazes conseguiu correr 50 maratonas em 50 dias.
5. Tem um sonar humano
Os golfinhos e os morcegos são criaturas que se movem através de uma espécie de sonar: eles emitem um som e, através do eco e da reverberação das ondas sonoras, são capazes de saber onde está cada obstáculo. Porém, eles não são os únicos capazes de andar dessa forma... O norte-americano Daniel Kish é um dos principais exemplos de humano com capacidade de eco localização. Através de um aparelho de cliques, Kish, que é cego, consegue até mesmo andar de bicicleta. Os pesquisadores descobriram que esse superpoder é “fácil” de ser aprendido em apenas poucas semanas, caso a pessoa se dedique bastante.
6. Bússola humana
Com o GPS, muita gente “desligou” a área do cérebro destinada à geolocalização. Entretanto, essa é uma característica humana que pode ser muito desenvolvida. O capitão Tupaia, do Taiti, que navegou com o inglês James Cook, era capaz de apontar a direção correta mesmo numa noite escura e com o mar agitado. Mas não precisamos de ir tão longe: basta querermos usar o mapa mental. Quanto mais desenvolvemos o senso de localização, mais esse mapa se amplia dentro do nosso cérebro. Ou seja, não custa deixar o GPS de lado algumas vezes e decorar alguns caminhos por nós. Vai ver como de um momento para o outro a sua cabeça vai parecer quase um computador.
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