Na sociedade de ritmo acelerado em que vivemos o tempo é escasso. E, por isso, precioso. Como o organiza? Os estudos científicos mostram que a capacidade de distribuir energias de forma equilibrada, entre vários projetos e objetivos, é um dos pilares da nossa saúde. E, neste contexto, a quantidade é o primeiro passo para a qualidade. Será a forma como vive os seus dias a mais saudável?

Dormir

Os adultos saudáveis precisam de sete a oito horas de sono por noite, revelam os estudos. Contudo, este número não é absoluto. Segundo a National Sleep Foundation, varia em função da forma como estamos biologicamente programados para nos sentirmos sonolentos e das horas de sono em falta que acumulamos.

De uma coisa os cientistas estão certos, dormir menos do que o que o organismo precisa tem sérias implicações para a saúde, como o aumento de peso (a privação do sono estimula o apetite), risco de diabetes e depressão. Dormir pouco afeta ainda os mecanismos cerebrais da memória, tomada de decisões, concentração e aprendizagem.

Exercício

Um estudo da Canadian Medical Association, no Canadá, que reviu mais de 150 artigos científicos sobre os benefícios do exercício físico para a saúde, concluiu que «há provas irrefutáveis da eficácia da atividade física regular na prevenção da doença cardiovascular, diabetes, cancro, hipertensão, obesidade, depressão e osteoporose». Basta cerca de meia hora de atividade física moderada, cinco a sete dias por semana para se manter ativo, recomenda a Associação Portuguesa de Medicina Preventiva.

Refeições

Foi demonstrado pelo Laboratório de Alimentos e Marcas da Universidade de Cornell, em Ithaca, Nova Iorque, que o cérebro demora cerca de 20 minutos a emitir sinais de saciedade. Isto significa que se fizer refeições rápidas tenderá a comer mais do que necessita… E a engordar!

Segundo uma pesquisa publicada pela American Dietetic Association, comer depressa está também associado à maior tendência para ingerir alimentos pouco saudáveis (fast food, refrigerantes) em vez de outros essenciais para o organismo. Reservar tempo para a refeição traz ainda outro benefício. A saciedade, é mais provável que se sinta saciado se não fizer outras tarefas enquanto come.

Televisão

Segundo a American Heart Association, cada hora diária de televisão a que assistimos está associada a um aumento de 18 por cento de risco de morte por doença cardiovascular e nove por cento de risco de morte por cancro. Quando comparadas com pessoas que vêem menos de duas horas de televisão diariamente, quem excede as quatro horas tem 80 por cento mais probabilidade de morrer por doença cardiovascular.

O problema está no estilo de vida. Este estudo, à semelhança de muitos outros, sugere que comportamentos sedentários prolongados, como estar sentado à frente do televisor, devem ser evitados.

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Meditação

Sabia que ao meditar está a modelar a função e estrutura do seu cérebro? Investigações recentes mostram que a meditação induz alterações que podem alargar o espetro de atenção, apurar a capacidade de concentração e melhorar a memória. Além disso, tem um papel importante na regulação das emoções. Segundo um estudo do Massachussets General Hospital, nos EUA, meditar 40 minutos por dia fortalece a área do córtex cerebral responsável pela tomada de decisões, atenção e memória.

Trabalho

Todos os dias passamos, em média, oito horas a trabalhar, mas é a forma como encaramos esse tempo que marca a diferença entre o bem-estar e a doença. Segundo um estudo da Universidade do Kansas, nos EUA, as pessoas envolvidas positivamente no trabalho têm mais energia nas atividades diárias familiares. Para os investigadores, o segredo destas pessoas reside no facto de incluírem no trabalho tarefas que tenham significado para elas, mesmo que isso implique trabalhar mais horas.

Imagem

Mesmo a pessoa mais ocupada do mundo pode reservar 30 minutos para cuidar da imagem, sobretudo se o que está em causa é a saúde física e psicológica. Limpar e hidratar a pele, protegê-la do sol, desmaquilhar-se são rituais de beleza que deve realizar diariamente.

Michael Roizen e Mehmet Oz, médicos e autores da obra «You - A sua Beleza», conhecidos pelas suas prestações nos programas de televisão da mediática apresentadora norte-america Oprah Winfrey, defendem que cuidar da imagem não é apenas uma questão de aparência, já que pode influenciar diretamente a forma como se sente.

Dinheiro

Para ter momentos de qualidade não precisa de gastar dinheiro. Segundo um estudo da Universidade de São Francisco, nos EUA, as experiências que vive têm mais impacto do que qualquer objeto que possa adquirir. Uma opinião com a qual muita gente concorda, apesar da febre consumista do mundo globalizado em que vivemos.

Texto: Rita Miguel