Há um ano, em outubro de 2016, a portuense e sempre bela Praça da Ribeira ganhava um novo restaurante o RIB Beef & Wine. Frente ao Douro, com vista aberta para as caves em Gaia, inaugurava um espaço com decoração vintage, feição cosmopolita e com uma sólida aposta em cortes nobres de carnes. Uma carta onde o comensal não encontra menção expressa, por exemplo, a um bife de carne Barrosã, ou a uma costeleta de Mertolenga. É-lhe, antes, oferecido um Cowboy Steak, uma Vazia Maturada, um Chuléton ou um T-Bone, independentemente da raça de bovino que vai ao prato.
Volvido um ano, amadurecido o conceito, o RIB Beef & Wine apresenta, agora, um novo menu. A comandar a cozinha desde a abertura, o chefe Rui Martins é por estes dias um homem feliz. Acaba de vencer o concurso Chefe Cozinheiro do Ano. Uma final onde deu provas face a outros cinco finalistas de todo o país. Já antes, em 2015, o jovem chefe venceu o troféu “Portugal Sou Eu”. Na cozinha deste RIB Beef & Wine, o vimaranense aposta numa carta “muito mais carnívora; com novos cortes. O cliente quer uma oferta mais exclusiva”, confidencia-nos Rui Martins. Ou seja, este RIB aprofunda o conceito cárnico, altera em quase 80% a ementa e aposta na “experiência e partilha” com a apresentação de novas entradas para “picar” e comentar.
Na mesa corporizada por Rui Martins há uma preocupação. Servir uma carne trabalhada de forma equilibrada e acompanhá-la de um elenco que atua para o produto que é a estrela. Não falta o pão típico de Mafra, aqui produzido integralmente na cozinha deste RIB; a flor de sal com assinatura do próprio restaurante, o azeite da Casa de São Miguel e as manteigas artesanais, uma de pão tostado e outra de trufa. Excelentes para caírem em noz sobre um naco de pão ainda quente.
Melhor ainda se sobre a mesa tivermos algumas das entradas que integram esta nova carta do RIB. Especial referência a uma carne que atravessa meio mundo para chegar ao prato portuense. Nesta ementa do RIB apresenta-se como Olive Sanuki Wagyu e “provém de vacas japonesas com 29 meses de idade. A sua alimentação processa-se em quatro fases: leite, ração, feno e, finalmente, azeitonas trituradas”, explica Rui Martins. O resultado é uma carne rica em ácidos gordos em Ómega 6, “com um sabor que nos proporciona uma experiência singular”, sublinha o chefe. Não espanta, assim, os 52,00 euros que desembolsamos nesta entrada.
Para orçamentos mais curtos, há propostas igualmente interessantes no que toca às entradas como o Carpaccio de novilho, azeite, chicória e Grana Padano (11,00 euros), o Tataki de Atum (10,00 euros), a Salada de tutano com tubérculos e pão tostado (8,00 euros) ou a Espetada de vaca com molho “salvitxada” (8,00 euros).
Chegados aos pratos principais, para além dos acompanhamentos transversais a todas as peças (manteiga Café de Paris, pimento piquillo de Lodosa e variações de flor de sal), o comensal dispõe de nove molhos à escolha. Uma dica de quem já se sentou à mesa deste RIB. Optar por dois ou três molhos e verificar todo um jogo de químicas gustativas. Na seleção que o chefe Rui Martins preparou nesta segunda ementa do restaurante vamos encontrar os molhos Aioli, Bearnês, Cogumelos, Pimenta, Roquefort, Chimichurri, Mostarda, Picante de rabano e Ketchup, Dakos.
No que respeita às figuras de proa desta mesa engendrada por Rui Martins, prove-se o Entrecôte sem osso, peça ligeiramente entrecortada com gordura (marmoreada), que lhe confere suculência acrescida (16,00 euros - 150 g, 18,00 euros – 250 g). Ainda nos cortes, uma vazia maturada com osso durante 60 dias (35,00 euros – 300 g); um T-Bone, peça com estrutura forte e marmoreada, parte lombo, parte vazia (52,00 euros – 700 g); um Chateaubriand, secionamento premium do lombo (25,00 euros – 300 g). Peça de resistência nesta mesa cárnica é o Tomahawk, um quilo de carne de bovino Black Angus de origem irlandesa (55,00 euros). Também de peso o Chuletón, um corte de carne Basco, aqui para duas pessoas. Um quilo de carne que fica nos 55,00 euros.
Quem não estiver para os grandes bifes e procurar uma mesa alternativa, o RIB apresenta algumas sugestões: o bife tártaro (16,00 euros); Hambúrguer, chutney de maçã e foie gras (14,00 euros), a Salada de rosbife com molho de hoisin e agriões (9,00 euros), Cogumelos estufados com creme de alho (9,00 euros).
Uma mesa que casa com uma garrafeira onde preponderam os vinhos do Douro, com algumas referências provenientes de quintas emblemáticas da região como a dos Carvalhais, Quinta do Crasto, Quinta do Vallado.
Um pecado da carne que não dispensa, como ultimo ato, uma outra “culpa”, a das sobremesas. E, neste quadro, alguns destaques: Parfait de Vinho do Porto, mousse de chocolate (6,00 euros), Bolo de chocolate, gelado de baunilha e crumble (6,00 euros), Pudim de Cenoura com sorbet de maçã verde, mousse de queijo e canela (4,50 euros).
Pestana Vintage Porto Hotel & World Heritage Site
Praça da Ribeira, nº 1
Horário: 12h30 às 15h00. 19h30 às 24h00.
Telefone para reservas: 966 273 822
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