O Enoturismo define-se como “a visita a adegas, vinhas, festivais de vinho e demonstrações vitivinícolas, onde a prova de vinhos ou/e a experiência de atributos de uma região vitivinícola, são os principais motivadores para os visitantes” (Hall e Macionis, 2000).

Os enoturistas são motivados pelo vinho, podem ser pessoas entendidas na matéria, ou pelo menos procuram sê-lo, procurando com as suas viagens aumentar os seus conhecimentos e desfrutar ao máximo daquilo que os motiva a deslocar-se - o vinho.

Então o que faz um enoturista? O dia pode incluir a visita a produtores com prova de vinhos, participar em atividades como agora está acontecendo, a vindima.

Além disto, desfrutar da paisagem e visitar museus temáticos à vinha e ao vinho, feiras, sem esquecer de combinar a gastronomia local com os vinhos.

Se não sabe bem por onde começar, sugiro que se apoie nas rotas já existentes. As Rotas do Vinho em Portugal foram criadas em 1993 e hoje cobrem quase todas as regiões de Portugal continental.
Por exemplo, a Rota dos Vinhos de Lisboa tem percursos distintos, pode optar pelo de Óbidos, das Linhas de Torres ou das Quintas de Alenquer. Aproveite o facto de estar pela região e visite monumentos históricos e outros pontos turísticos na área.

Se por exemplo, escolher o percurso Quintas de Alenquer, além de uma variedade imensa de quintas a visitar, não deixe de visitar o Museu do Vinho, o castelo e os Paços do Concelho em Alenquer, bem como os moinhos na Serra de Montejunto. Em Dezembro, não deixe de ver o presépio em tamanho gigante numa das encostas da vila.

Na região do Tejo, a Rota dos Vinhos propõe-nos 4 percursos, com nomes bastante apelativos: Tesouro Gótico; Touros e cavalos; Beira Tejo; e Tesouro Manuelino.

Aqui a interação com a história e costumes locais está fortemente presente desde o Convento de Cristo em Tomar, Santarém, a capital do Gótico, ou a passagem por aldeias pitorescas.

Visite dois a três produtores por dia, não mais. Escolha produtores de dimensões diferentes, assim vai poder contactar com realidades distintas, tanto na adega como nos vinhos. Procure saber se oferecem opção de almoço/jantar, ou então petiscos para depois da prova de vinhos. O ar do campo abre o apetite e é uma forma de provar produtos regionais.

Aproveite para ver e conhecer, caso tenham, produções de outros produtos agrícolas (azeite por exemplo), criação de gado ou cavalos, montado de sobro, etc.

Algumas quintas têm casas senhoriais, com uma riqueza arquitetónica capaz de nos fazer viajar dois ou três séculos atrás.

E como estamos em mês de vindimas, contacte os produtores para saber se têm alguma oferta especial para as vindimas, além de poder vindimar, participar nas lagaradas, etc., vai poder constatar e participar no momento da criação do vinho.

Enquanto planeia a sua viagem delicie-se com estes vinhos das duas regiões sugeridas sem sair do conforto do seu lar.

Teresa Gomes

Sommelier OUT OF THE BOTTLE