Se tem gordura localizada em excesso,
fique a saber que existe um novo
tratamento que infiltra um ácido natural
em algumas zonas do corpo e que promete
resultados visíveis em poucas sessões. Inovador
e apenas realizado por médicos credenciados,
trata-se de «um ato médico, não
cirúrgico, equivalente a uma lipoaspiração,
mas que, por não ser invasivo, não tem as
complicações de uma cirurgia», explica
Alexandra Osório, responsável pela introdução
da intralipoterapia no nosso país.

Em que consiste a intralipoterapia?
E o que a torna inovadora?


Consiste na infiltração de um ácido natural
na gordura localizada do corpo, que vai
atuar como um detergente, destruindo a
gordura que é posteriormente eliminada de
forma natural pelo sistema linfático do organismo.
É uma técnica inovadora porque
a solução injetada é biológica, existe na
nossa bílis, que tem a função de eliminar
as gorduras ingeridas na alimentação.

A que zonas do corpo se destina?


É possível utilizá-la nos flancos, papada,
região interna das coxas, abdómen, braços,
ancas, entre outros, em homens e em
mulheres, o que resulta num emagrecimento
localizado.

Como é realizada?


Começa-se com o diagnóstico, em que são
identificadas e avaliadas as áreas a tratar.
Depois, procede-se à injeção subcutânea da
solução biológica através de uma agulha
fina, diretamente no tecido adiposo da área
a tratar. O tratamento é ambulatório e não
requer anestesia. É normal que se sinta uma
reação de ardor aquando da infiltração e,
nos dias seguintes, a zona pode ficar avermelhada,
podendo surgir um hematoma.

São necessários cuidados especiais
após o tratamento?


As gorduras são depois eliminadas pelo sistema
linfático normal, não sendo necessária
qualquer dieta específica ou exercício físico
nos dias seguintes ao tratamento. Mas recomendo
sempre algum cuidado com a alimentação, já que, como numa lipoaspiração,
se voltam os velhos hábitos, voltam as
gorduras acumuladas.

Quando surgem os primeiros
resultados?

Os resultados são visíveis cerca de quatro
dias depois da primeira sessão. O número
de sessões varia segundo a quantidade de
gordura acumulada na área a tratar, mas o
normal é de quatro a seis, com intervalos
de três semanas.

Quais são as contraindicações?

Não existem contraindicações conhecidas
em pacientes saudáveis. Como em
todos os medicamentos e dispositivos
médicos, há regras a observar e contraindicações
em pessoas que já têm problemas
de saúde. Este protocolo
deve ser efetuado por profissionais credenciais
e formados para o efeito.

Que outras técnicas permitem
eliminar gordura localizada?

A cavitação, a massagem drenante, a mesoterapia
ou tratamentos com a tecnologia
CORE com múltiplos módulos de energia
de radiofrequência com terapia de vácuo.

Contraindicações a ter em conta

Conheça as contraindicações que
impossibilitam a sua realização:

- Não deve ser aplicado em quem tem
doenças agudas ou crónicas da pele
no local da injeção, reações alérgicas
ou anafiláticas, doenças autoimunes
(diabetes, lúpus, artrite reumatoide)
nem em grávidas ou lactentes.

- O tratamento é contraindicado em
pacientes com distúrbios hemorrágicos
e ou de coagulação.

- Não pode ser efetuado em tecidos
que não sejam adiposos, como a pele,
músculo, corrente sanguínea ou órgãos,
nem se a espessura do tecido adiposo
for inferior a 1,5 cm.

- Não pode ser feita radiofrequência
nos três meses após o tratamento.

Texto: Cláudia Pinto com Alexandra Osório (dermatologista)