Na quinta-feira, o Eurostat divulgou que um em cada seis jovens portugueses, com idades entre os 20 e os 24 anos, não estavam nem a trabalhar nem a estudar em 2015, referindo que o fenómeno se agravou na última década (2006 a 2015).

Segundo o Eurostat, durante esse período, o número de jovens entre os 20 e os 24 anos em situação de NEET aumentou 4,9 pontos percentuais, passando de 12,6%, em 2006, para 17,5%, em 2015.

Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, defendeu que, apesar de ter havido um aumento no global dos dez anos, tem-se registado um decréscimo desde 2013.

Segundo o secretário de Estado, o indicador em relação aos jovens NEET tem vindo a melhorar, apontando que no segundo trimestre de 2013 – “que foi o pico desta situação no mercado de trabalho” – a taxa era de 13,5% e atualmente, segundo o INE, está nos 9,2%.

“Entre o segundo trimestre de 2013 e o segundo trimestre de 2016, nestes últimos três anos, o número de jovens NEET diminuiu de cerca de 150 mil para aproximadamente 100 mil”, sublinhou.

Apesar da descida, Miguel Cabrita garantiu que este é um valor que não satisfaz, mas frisou que “há bloqueios significativos” no que diz respeito à entrada de jovens no mercado de trabalho.

Crise mudou panorama

Ressalvou que, a partir da crise económica de 2008/2009, e sobretudo depois de 2011, houve um agravamento das condições do mercado de trabalho em geral e no emprego jovem em particular.

Uma realidade que o secretário de Estado acredita estar a mudar, sublinhando que “há uma trajetória de melhoria do mercado de trabalho”, que está a ter impacto na taxa de desemprego jovem, que depois de ter ultrapassado os 30% atualmente ronda os 26,9%.

Miguel Cabrita aproveitou para apontar que a questão dos jovens no mercado de trabalho é prioritária para o atual Governo, apontando que estão em marcha medidas, ao nível do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), para identificar e perceber onde estão os jovens NEE.

Dados do IEFP de final de julho mostram que existem 101.261 jovens, dos 15 aos 29 anos, registados como desempregados, 39.977 dos quais (39,5%) com qualificações abaixo do ensino secundário.

Por outro lado, o IEFP convocou 80.395 destes jovens (79,4%) para cursos de formação ou outras respostas adequadas ao seu perfil.

Com Lusa