De acordo com os dados do Eurostat sobre “Educação, emprego, ambos ou nenhum? O que estão os jovens a fazer na UE?”, hoje divulgados, a proporção de jovens que não estão nem a trabalhar nem a estudar (NEET) aumenta consideravelmente com a idade.

Os dados estatísticos colocam o foco no grupo etário dos 20 aos 24 anos, indicando que, de entre os 31 países analisados (28 Estados-membros da União Europeia, mais Islândia, Noruega e Suíça), Portugal situava-se, em 2015, entre aqueles que tinham maior percentagem de jovens na situação de NEET (12.º lugar).

Além disso, o Eurostat aponta que Portugal foi um dos países em que a taxa de NEET cresceu na última década (2006 a 2015), enquanto noutros se verificou uma descida.

Neste período, o número de jovens entre os 20 e os 24 anos em situação de NEET aumentou 4,9 pontos percentuais, em Portugal, passando de 12,6% para 17,5%.

Esta mostrou ser uma tendência contra corrente, com a generalidade da UE, já que mais de metade dos países europeus tinha maior percentagem de jovens em NEET do que Portugal.

Antes da crise em melhor situação face à UE

Ou seja, em 2006, Portugal estava entre os 13 países com menos jovens nessa situação (18 Estados-membros tinham mais), mas, em 2015, a situação inverteu-se e Portugal passou a figurar entre 13 Estados-membros com mais jovens em NEET (18 países com menos).

No mesmo período, Portugal viu aumentar o número de pessoas entre os 20 e os 24 anos em situação de “exclusivamente a estudar” (de 33,7% para 42,3%), assim como “a estudar e a trabalhar” (de 4,8% para 8,5%).

Já no que respeita à situação de “exclusivamente a trabalhar”, verificou-se uma queda acentuada entre esses jovens (de 49% para 31,7%).

O que significa que, nos últimos dez anos, nesta faixa etária, passou a haver mais estudantes e trabalhadores-estudantes, mas também menos empregados e mais desocupados.

Os dados do Eurostat sobre “Educação, emprego, ambos ou nenhum? O que estão os jovens a fazer na UE?” foram divulgados na véspera do Dia Internacional da Juventude, e indicam que, no espaço europeu, quase cinco milhões de jovens entre os 20 e os 24 anos não estavam nem a estudar nem a trabalhar em 2015.

Com Lusa