"É para mim um dia muito emocionante, porque acompanhei a luta do vosso presidente da câmara [Idanha-a-Nova] e a escola reabre hoje porque houve um homem que teve um sonho, lutou por ele e realizou-o", afirmou o coordenador-adjunto da Unidade de Missão para a Valorização do Interior (UMVI), João Paulo Catarino.
Este responsável, que se deslocou a Monsanto, no concelho de Idanha-a-Nova, para presidir à cerimónia de reabertura da escola local, classificou este ato como "simbólico para Idanha-a-Nova e para todo o país".
"Dois anos depois, o sonho torna-se realidade para Monsanto, para Idanha-a-Nova e para o [presidente] Armindo Jacinto. É o princípio da esperança. O que queremos é que volte a acontecer isto em muitos concelhos do interior", sublinhou.
Disse ainda que após seis meses de trabalho na UMVI, criada pelo atual Governo, tem uma certeza: "A decisão política quanto mais próxima estiver dos seus destinatários, mais justa é".
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João Paulo Catarino adiantou também que tratar o concelho de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, da mesma forma como se tratam outros concelhos do país, é uma "injustiça" que se faz à região e ao interior do país. E, indiretamente, criticou a decisão que o anterior Governo tomou em 2014, de encerrar este estabelecimento de ensino: "Não ter sensibilidade para o que representam estas crianças também é uma falta de bom senso muito grande".
"Assimetria brutal"
O coordenador-adjunto da UMVI reforçou a ideia de que existe uma "assimetria brutal" entre o interior e o litoral do país e adiantou que são precisas medidas concretas para alterar a situação.
"Hoje, somos dois países [interior e litoral] completamente distintos. Temos que trabalhar para corrigir as assimetrias", sustentou.
Hoje foi também noticiado que as turmas do ensino pré-escolar em Portugal têm uma dimensão média de 17 crianças por sala e educador, um dos rácios mais altos entre os países da OCDE, que regista uma média de 14 crianças por sala.
O complexo escolar de Monsanto, agora designado como escola básica de Monsanto e Idanha-a-Nova, abriu as portas com 19 crianças que vão frequentar o 1.º ciclo do ensino básico e 12 no pré-escolar.
Em 2014, quando o Governo decidiu encerrar este estabelecimento de ensino, havia sete crianças a frequentar o 1.º ciclo do ensino básico.
Já o presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Jacinto, classificou a reabertura do estabelecimento de ensino como um ato de "investimento e o acreditar nos territórios de baixa densidade".
"Os pais sempre quiseram que os meninos ficassem na sua terra. A escola reabriu, não porque tenhamos metido uma cunha, foi porque temos um concelho a crescer em termos económicos e é isto que faz com que haja aqui famílias a fixarem-se e só o fazem se tiverem [serviços] de qualidade na educação, saúde e emprego", disse.
O autarca sublinhou também que atualmente o concelho de Idanha-a-Nova tem uma rede de apoio à educação que começa nos berçários e termina no ensino superior.
"A educação, para nós, é prioritária e fundamental. Se queremos inverter o processo de desertificação temos que investir nas pessoas e na educação. É isto que Idanha está a fazer", concluiu.
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