Somos o que comemos! A frase não é nova e, apesar de a ouvirmos com regularidade, nem sempre temos noção do seu real significado.

Todos nós precisamos de combustível de alta qualidade para funcionar bem.

 

«Mas também para produzir óvulos ou espermatozoides saudáveis», alerta Marilyn Glenville, defendendo que «a fertilidade depende em grande medida daquilo que comemos».  A nutricionista britânica, especializada em saúde da mulher, que tem estudado a influência da alimentação e do estilo de vida na fertilidade, acredita que «ingerir o alimento certo é importante para conseguir uma gravidez bem-sucedida», afirma mesmo esta especialista.

À procura da fertilidade

Cada vez mais investigadores têm procurado a relação entre a alimentação adequada e o aumento da fertilidade. «As deficiências nutricionais podem ser apontadas como a principal causa da conceção tardia. A vida moderna associada ao uso de pesticidas, plásticos e estrogénios sintéticos, o excesso de consumo de hormonas ou o contacto com compostos a que estamos expostos diariamente podem ser prejudiciais à fertilidade» refere a nutricionista. Outras substâncias podem afetar também a sua saúde em geral o que, «por sua vez, pode diminuir a capacidade de conceber».

Trabalho de equipa

«A fertilidade é multi-fatorial, pelo que é importante ter em atenção qualquer aspeto da sua saúde, as suas emoções e o seu estilo de vida», esclarece Marilyn Glenville. Por exemplo, estima-se que o stress pode provocar irregularidades na ovulação ou até mesmo causar amenorreia, diminuindo também a contagem de esperma.

Praticar exercício físico regularmente, dormir cerca de oito horas por noite, fazer yoga e meditação podem contribuir para inverter este cenário. «É necessário que o casal, em conjunto, opte por alterar a alimentação, o estilo de vida e reduzir a exposição a tóxicos. Tanto o homem como a mulher devem participar ativamente», sugere.

Plano de ação

De acordo com Marilyn Glenville, três meses é o período mínimo recomendado para que um casal tenha cuidados pré-natais e aposte nas mudanças de estilo de vida onde se contempla uma alimentação saudável.

Este é o tempo necessário para que «a qualidade dos óvulos possa ser alterada e a aposta na conceção natural seja ganha», assegura.

«De igual modo, nos homens são necessários três meses para o aparecimento de um novo grupo de células de esperma», refere a especialista. Por falar nisso, sabia que os alimentos ricos em antioxidantes melhoram o desempenho dos espermatozoides?

À mesa

Para engravidar, deve consumir:

- Fruta fresca
- Vegetais
- Hidratos de carbono complexos (aveia, cereais, pão ou arroz integral)
- Alimentos ricos em gorduras essenciais (peixes, nozes, sementes e azeite)
- Leguminosas (grão, lentilhas, ervilhas)

Deve evitar:

- Aditivos, conservantes e produtos sintéticos (como os adoçantes artificiais)
- Hidratos de carbono simples e açúcar (pão branco e bolos)
- Gorduras saturadas (manteiga e carne de vaca ou porco)
- Cafeína ou álcool (café, chá, refrigerantes e bebidas alcoólicas)
- Tabaco

Conselho

Se após um ano de relações sexuais desprotegidas não conseguir engravidar consulte o médico. Mais informações em www.apfertilidade.org.

Texto: Cláudia Pinto com Marilyn Glenville (nutricionista)