O rash que a caracteriza, com manchas rosadas distribuídas inicialmente na face, atingindo posteriormente o resto do corpo, só ocorrem após o período de incubação, que pode ser de 2/3 semanas.

Apesar de não ser uma doença grave, torna-se particularmente perigosa na sua forma congénita, sobretudo se atinge a mulher grávida nos 3 primeiros meses de gestação, pois pode causar graves complicações. O vírus atravessa a placenta e atinge o feto, embora o seu impacto varie consoante as semanas de gravidez, já que quanto mais cedo se der a infeção, mais nefastas serão as consequências. Caso a infeção ocorra antes da 11ª semana de gravidez, o feto ficará afetado na sua formação, podendo desenvolver cataratas, surdez, deficiência mental e microcefalia. Por outro lado se o vírus surgir entre a 11ª e 16ª semana, o feto pode sofrer problemas auditivos ou perturbações neuro motoras. A Rubéola quando atinge a gestante e o feto após a 18ª semana já não acarreta complicações graves.

As consequências nefastas da Rubéola congénita impõem que a prevenção seja a atitude mais importante a ter: Não existe tratamento eficaz para a Rubéola, pelo que a prevenção é bastante importante. Desse modo, a pesquisa do estado imunitário para o vírus da Rubéola deve integrar sempre os exames solicitados durante o período Pré-Natal. Deve ser realizado um exame serológico, a partir de uma colheita simples de sangue, de forma a perceber se a paciente é imune ao vírus ou se é melhor recorrer à vacinação.

O primeiro teste serológico deve ser realizado antes da conceção, mesmo se a mulher tenha sido vacinada, porque a imunidade conferida pela vacina pode ter já diminuído. Se a mulher não estiver imunizada, deverá ser vacinada. Embora seja reduzido o risco de infeção fetal imediatamente após a vacina, desaconselha-se a gravidez por um período de três meses após a vacinação.

A vacinação é o principal meio de prevenção. Em alguns casos a vacina não é eficaz e por essa razão justifica-se que na consulta Pré-natal se confirme a imunidade. Se a mulher já estiver grávida, o teste deve ser realizado o mais precocemente possível e com o doseamento simultâneo de IgG e IgM específicas.

Por Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica

Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica
Maria José Rego de Sousa, Médica, Doutorada em Medicina, Especialista em Patologia Clínica