As vacinas são uma das armas mais eficazes da medicina contra uma grande variedade de doenças.

São o testemunho de como a ciência tem evoluído no combate a epidemias e a diversas patologias que anteriormente eram mortais e hoje em dia estão controladas.

Fora do Plano Nacional de Vacinação existem outras vacinas que podem ser necessárias em situações particulares, como quando se viaja para países onde há um risco de infeção ou apenas para reduzir o risco de transmissão de doenças.

Como não constam do Plano Nacional de Vacinação não são gratuitas e a sua administração fica ao critério de cada cidadão. No entanto, poderão ser obrigatórias em caso de viagens.

Hepatite A

É pouco frequente em Portugal e geralmente não evolui para um estado crónico mas o vírus que a provoca pode estar presente na água e em alimentos.

Esta vacina é recomendada a quem vai viajar para países onde a incidência da doença seja alta ou haja um surto, mas também a quem padece de uma doença de fígado crónica. Antes dos 15 anos é administrada em três doses, depois dessa idade é dada em duas doses. Deve ser administrada dez dias antes da viagem.

Rotavírus

Este vírus é responsável pelos casos de diarreia aguda e gastroenterite nas crianças. Contrai-se por ingestão de água e alimentos contaminados e as formas mais graves podem originar desidratação. A vacina deve ser administrada às seis semanas e o reforço antes de completar seis meses.

Varicela

É uma doença contagiosa, frequente nas crianças, não tendo na generalidade dos casos consequências de maior. Nos adultos é menos frequente, mas tem manifestações mais graves, como insuficiência respiratória aguda. A transmissão do vírus faz-se por via respiratória ou contacto com as lesões cutâneas que provoca.

 

A vacina deve ser tomada por crianças com mais de um ano que nunca tenham tido a doença. O reforço é feito aos quatro ou seis anos. Pode ser dada a adolescentes.

Pneumococo

Esta bactéria provoca otites, pneumonia, infeções de garganta e, mais raramente, meningite, mas na sua forma mais grave.

A vacina pode ser administrada em crianças em quatro doses dadas aos dois, quatro, seis e 15 meses.

Gripe sazonal

Na generalidade dos casos, a gripe é uma doença que não acarreta complicações graves, mas a sua transmissão por via respiratória é rápida e nas pessoas debilitadas pode ter algumas consequências para a saúde.

A vacina deve ser tomada em outubro e novembro pelos grupos de risco, ou seja, por pessoas com mais de 65 anos, pessoas que estão internadas em centros hospitalares, portadores de doenças crónicas, grávidas no segundo ou terceiro trimestre e prestadores de cuidados de saúde.

Cólera

Esta infeção intestinal é provocada pela bactéria vibrio cholera que pode ser encontrada na água e comida. Os casos mais graves dão origem a desidratações que podem ser fatais.

A vacina é aconselhada a quem vai viajar para países onde existam surtos de cólera. É administrada em duas doses e a primeira deve ser tomada duas semanas antes da partida.

Febre amarela

Provocada pela picada de um mosquito, pode originar, nos casos mais graves, icterícia e quadros hemorrágicos graves.

A vacina é recomendada a quem vai viajar para zonas tropicais de África, América Central e do Sul. Deve ser tomada dez dias antes da viagem e deve ser reforçada passados dez anos.

Febre tifoide

Causada pela bactéria salmonella typhi, que pode contaminar água e alimentos, quando não é tratada pode originar complicações gastrointestinais.

A vacina é recomendada a quem vai viajar para países com surtos de febre tifoide. Deve ser tomada uma semana antes da viagem e deve ser reforçada a cada três anos.

Vacina da gripe em formato de adesivo

Investigadores da Georgia University, nos Estados Unidos, criaram uma vacina da gripe em formato de adesivo, que deverá entrar no mercado daqui a dois ou três anos.

As vantagens deste método residem no facto de ser menos doloroso do que a injeção com seringa que se usa atualmente, pois o penso é composto por micro agulhas de 0,65 milímetros que penetram apenas 0,2 milímetros na pele.

 

As micro agulhas, feitas de um material biodegradável, dissolvem-se em contacto com os fluidos da pele e basta ter o adesivo na pele durante cinco minutos para que a substância seja absorvida pelo organismo.

Por outro lado, este tipo de vacina pode ser administrada pela própria pessoa e em casa, sendo armazenada à temperatura ambiente. Embora ainda não esteja disponível no mercado, prevê-se que seja mais cara do que as vacinas normais já que é feita de material biodegradável.

Texto: Rita Caetano