Atacam sobretudo crianças em idade escolar e pré-escolar, com mais incidência no sexo feminino, mas nenhuma cabeça está completamente a salvo da sua presença.

Como já deve ter adivinhado, estamos a falar dos desagradáveis e irritantes piolhos que não são esquisitos quando chega a hora de escolher uma vítima.

Estes pequenos insetos instalam-se no couro cabeludo e alimentam-se do sangue dos seres humanos, reproduzindo-se através de ovos e multiplicando-se rapidamente ao fim de sete dias no couro cabeludo, começando um processo de infestação que se pode prolongar por meses se não for controlada a tempo.

Sintomas e contágio

Comichão, feridas, irritabilidade e sensação de movimento na cabeça são os sintomas que denunciam a presença destes parasitas. Todavia, na sua fase inicial, esta é uma praga silenciosa e quando é detetada já dura há muitas semanas.

Como dificilmente se encontra um piolho vivo, por se moverem rapidamente e serem de uma cor semelhante à dos cabelos, os primeiros sinais visíveis são quase sempre as lêndeas, as cascas dos seus ovos que se encontram agarradas ao cabelo, especialmente nas zonas atrás das orelhas e da nuca.

A sua cor esbranquiçada faz com que, por vezes, sejam confundidas com caspa, adiando assim o tratamento. Contrariamente ao que se possa pensar, este parasita não salta nem voa, sendo a forma de contágio mais usual o contacto direto com alguém já infetado.

A partilha de chapéus, escovas, toalhas, camas, sofás, almofadas ou peluches são outras fontes de contaminação, embora este parasita só sobreviva 24 horas afastado do homem.

Tratamento eficaz

Feito o diagnóstico, é preciso passar ao tratamento e todas as pessoas que estiveram em contacto com a criança infetada devem ser inspecionadas e tratadas caso também estejam infetadas. No mercado existem diversas loções para lavar o cabelo que matam os piolhos e ajudam a retirar as lêndeas, prevenindo novas infestações.

Siga regradamente as instruções dos produtos, pois estes tendem a irritar a pele já inflamada pelos parasitas, e aconselhe-se com o seu médico ou farmacêutico sobre a melhor opção. Geralmente, deve-se fazer duas aplicações do antiparasitário, no intervalo de oito dias para evitar novas infestações.

Não use dois produtos diferentes em simultâneo pois a mistura pode provocar reações alérgicas. Contudo, de acordo com a informação disponibilizada pela Centers for Disease Control and Prevention, se oito a doze horas depois do tratamento os piolhos continuarem ativos terá de mudar de produto. No caso do prurido ser muito intenso ou persistir, mesmo após o tratamento, pode ser necessário utilizar um anti-histamínico.

Consequências negativas

Lave as roupas, os lençóis, as toalhas, os peluches que estiveram em contacto com a criança infetada.

 

Idealmente essa lavagem deve ser feita na máquina a uma temperatura de 60º C.

 

Os acessórios do cabelo e as escovas e pentes podem ser desinfetados com álcool ou em água a ferver.

Tudo aquilo que não pode ser lavado, deve ser selado em sacos de plástico durante duas semanas. A ação dos piolhos, para além de ser incómoda, pode originar dermatites e infeções da pele.

A mordidela não dói, todavia, a saliva e as fezes do piolho infetam as pequenas feridas e a comichão aumenta. Se as fezes e a saliva entrarem em contacto com a pele podem gerar dermatites, conjuntivites e outras alergias oculares.

Caso consigam entrar na circulação sanguínea podem causar algum mal-estar e sensação de fraqueza. Os piolhos são mais ativos à noite, o que faz com que as crianças tenham mais dificuldade em dormir devido à comichão.

Texto: Rita Caetano