A pele das crianças é mais sensível ao sol e, por isso, é necessário ter cuidados redobrados.

 

«Os melanócitos são imaturos e a camada córnea da epiderme é mais fina, havendo assim menos proteção natural aos raios ultravioleta (UV)», explica Fernando Guerra, dermatologista.

 

É por isso que o protetor solar de toda a família não é indicado para as crianças. Deve, por isso, usar sempre fórmulas adequadas à epiderme infantil. E não deve fazê-lo apenas no verão, uma vez que as crianças acabam por estar expostas às radiações solares durante o ano inteiro, se bem que na época estival todos os cuidados devem ser redobrados.

 

Precauções desde o primeiro dia


O primeiro dia de praia não deverá acontecer antes dos dois anos. «A exposição solar nas crianças/bebés está contraindicada até esta idade. No entanto, se uma crianca nessa faixa etária for à praia de manhã cedo ou à tarde, depois das 17 horas, por períodos curtos, e usar protetor 50+, não vejo inconveniente, desde que não esteja exposta ao sol», afirma o dermatologista.


Fórmula certa


Independentemente do fototipo da criança «escolha um protetor solar com um índice de proteção 50+, com filtros físicos ou minerais, ou seja, sem filtros químicos para não lesarem a pele sensível», aconselha Fernando Guerra. Todas as texturas são indicadas, sendo que, «o creme é o mais adequado para o rosto e o leite ou loção para o corpo», refere o dermatologista. Prefira fórmulas sem parabenos, «um conservantes que pode ser responsáveis por alergias cutâneas», explica.


Regras de aplicação


«Aplique o produto antes de sair de casa e repita a aplicação se a exposição solar for superior a uma hora e após a imersão em água, mesmo se usa uma fórmula dita resistente à água», aconselha o dermatologista. Habituar o seu filho desde sempre ao ritual da proteção solar é a melhor forma de garantir que ele usufrua do sol com responsabilidade durante toda a vida.

Quando o sol queima


Os cuidados com o sol são fundamentais para evitar o chamado escaldão.

 

«Este é prejudicial em termos de reação imediata e no futuro, contribuindo não só para o envelhecimento cutâneo mas também para cancro de pele, em pessoas geneticamente predispostas», refere o especialista.


Se, apesar dos cuidados tal acontecer, «o tratamento pode ir desde a utilização de um antihistamínico e gelo nas lesões mais eritematosas (vermelhas) até ao uso de corticoides tópicos e sistémicos».

 

As situações mais agraves poderão, segundo a especialista, passar pelo «internamento, por perigo de insolação e consequente desidratação», alerta. Nestes casos, consulte imediatamente um médico.

 

Texto: Rita Miguel com Fernando Guerra (dermatologista)