Sabia que a probabilidade de o seu filho vir a ser um adulto assertivo e autoconfiante pode ser aumentada? Tudo passa pelo reforço da autoestima.

E a boa notícia é que, sendo essa a melhor herança que lhe pode dar, não tem de pagar nada por ela: basta vontade e treino diário. Siga estes conselhos e ajude o seu filho a ser (ainda) mais feliz.

Ter autoestima traduz-se, de uma forma simplificada, por gostar de si próprio. Na opinião da terapeuta familiar Catarina Rivero «crianças com uma boa autoestima têm uma maior facilidade em enfrentar novos desafios, são mais tolerantes e tendem a desenvolver relações interpessoais gratificantes, com preocupação com os demais, sem deixarem de estar atentas às suas próprias necessidades».

O desenvolvimento destas competências sociais é essencial para que se tornem adultos confiantes, otimistas e tolerantes. «Ninguém nasce ensinado» é uma expressão comum mas, quando o assunto é a autoconfiança, ganha ainda mais sentido.

Catarina Rivero não deixa margem para dúvidas. «A autoestima não é algo que se crie e se torne estático. É necessário alimentar esta capacidade de se estimar a si próprio». É aí que entra a ajuda dos pais.

«As crianças precisam sentir que os pais a amam incondicionalmente, mesmo quando estabelecem limites, quando dizem não ou quando elas cometem erros, e que estas posturas sejam acompanhadas de uma explicação ou reflexão conjunta sendo que, em algumas situações, possam ser negociadas», acrescenta.

Lugar aos pais

Os pais têm um papel determinante no desenvolvimento emocional e social dos filhos. São eles os seus primeiros e principais professores, bem como o exemplo que as crianças tendem a imitar. Por isso, já sabe, veja bem o que faz e ouça o que diz.

A partir do dia em que nasce, o seu filho está a ver e a ouvir, tentando assimilar tudo o que se passa à sua volta. Se verbalizar pensamentos e ideias positivas sobre si mesma, ele aprende a fazer o mesmo acerca dele próprio. Se mostrar exemplos de respeito, paciência, educação e solidariedade, ele imita-o.

Estratégias simples

De acordo com a terapeuta familiar, «é fundamental que os pais acompanhem e valorizem os sucessos da criança e a encorajem, nos momentos de maior dificuldade, a atingir objetivos, sejam eles escolares ou relacionais, ajudando a que os insucessos se transformem em oportunidades de crescimento. Deste modo, ela irá aceitar-se a si própria com virtudes e limitações, estando assim a alimentar a sua autoestima».

Converse com o seu filho. Partilhe com ele as suas histórias de sucessos e insucessos e as soluções que encontrou. Ouça-o atentamente e não caia no erro de não valorizar aquilo que o preocupa.

Ajude-o a ultrapassar as desilusões e mostre-se feliz com as suas conquistas. Dê-lhe bons exemplos. Leve-o a compreender que, por vezes, é mais positivo mostrar aos outros que nos magoaram do que atacar ou pensar em estratégias de vingança.

Uma questão de atitude

Mais do que um sentimento, a autoestima é uma ferramenta que atua na própria maneira de pensar. «A autoestima tem uma influência dos sucessos alcançados, mas acima de tudo do nosso estilo de pensamento, na capacidade de apreciar e valorizar a nossa individualidade e o que nos rodeia», afirma a terapeuta familiar.

Aprender a pensar de uma forma positiva é, por isso, prioritário. E cada dia que passa é determinante para o desenvolvimento desta capacidade. Pense nos acontecimentos que marcaram a sua infância, nos lugares que guarda no coração.

Note como foram importantes para ser quem hoje é e repare como foram simples e, ao mesmo tempo, especiais. O seu filho também irá recordar as experiências que vive hoje. Por isso, comece a preparar-lhe o futuro. Dê-lhe bons exemplos e faça-o sentir-se especial e feliz!

Pensamento positivo

Incentive o seu filho a aplicar estas três ideias-chave:

1. Sou capaz de...
2. Não tenho vergonha...
3. Não tenho medo de...

Texto: Paula Alberty com Catarina Rivero (terapeuta familiar)