A pele das crianças, em particular até aos três anos, é mais fina e frágil que a do adulto, necessitando, por isso, de cuidados muito especiais quando está exposta ao sol.

A pele tem mecanismos fisiológicos de defesa contra a radiação solar.

A camada córnea (camada superficial da pele) fica mais espessa, e os melanócitos (células cutâneas especializadas) produzem mais melanina, escurecendo o tom da pele. Para além disso, a pele dispõe ainda de mecanismos que permitem reparar, em parte, as lesões provocadas pelos raios UV no ADN das células.

Contudo, no caso das crianças, em que a pele ainda não adquiriu bebés ao sol. E mesmo depois desta idade é importante utilizar proteção adequada, bem como seguir as regras tradicionais de boa utilização do sol, para evitar insolações, queimaduras e outros danos cutâneos graves.

Qual o melhor filtro?

Quando escolher um protetor para os seus filhos, assegure-se de que contém filtros minerais em detrimento dos químicos. Os écrans minerais e organo-minerais são pós inertes que se mantêm à superfície da pele, protegendo contra os UVA e UVB, sem risco de causar alergia. Os filtros químicos não absorvem todos os comprimentos de onda da radiação solar, e podem penetrar na pele, aumentando o risco de alergia e/ou toxicidade.

Porquê uma proteção especial?

A pele das crianças, à semelhança do seu sistema de defesa, é frágil e imatura.

A camada córnea é menos espessa e os melanócitos, que são ainda pouco funcionais, não permitem a produção de melanina suficiente em caso de exposição solar (motivo pelo qual uma criança não bronzeia como um adulto).

A infância é o período da vida de maior exposição ao sol. As idas ao parque, as férias no campo ou à beiramar fazem com que as crianças estejam mais frequentemente expostas aos raios UV que os adultos.

Os danos causados durante a infância são irreversíveis e cumulativos. Hoje sabe-se que a pele da criança guarda durante anos a memória dos golpes de sol sofridos, aumentando o risco de cancro da pele na idade adulta.

Assim, pelo menos até aos seis meses de idade (preferencialmente, até um ano), não se deve expor os bebés ao sol. E mesmo depois desta idade é importante utilizar protecçãoa dequada, bem como seguir as regras tradicionais de boa utilização do sol, para evitar insolações, queimaduras e outros danos cutêneos graves.

5 regras-chave a reter

1. Evite a exposição solar dos bebés, pelo menos até aos seis meses de idade (preferencialmente, até um ano). Instale-os sempre à sombra. Idealmente, deverá manter este cuidado até aos três anos.

2. Evite a exposição direta das crianças ao sol entre as 11h e as 16h. E ensine-lhes a regra da sombra. Se for mais curta do que elas, não podem estar ao sol.

3. Certifique-se ainda de que usam uma t-shirt seca e opaca, chapéu de abas e óculos de sol homologados.

4. Escolha um protetor com filtro elevado (FPS 50 no mínimo) e de largo espetro (que proteja dos UVB e UVA), aplique-o antes de sair de casa, insistindo nas zonas mais sensíveis (nariz, orelhas, ombros e pés), e renove a aplicação a cada duas horas e após cada banho.

5. Obrigue-as a ingerir líquidos, mesmo que não peçam, para as manter hidratadas.

 

Texto: Fernanda Soares