Fernando Póvoas esteve à conversa com Júlia Pinheiro e falou abertamente sobre o enfarte do miocárdio que sofreu no passado dia 13 de maio.

À apresentadora, o médico recordou que já tinha tido um "aviso" no início de maio. Fernando Póvoas foi fazer os Caminhos de Santiago com amigos, uma prática comum para o médico, e "numa das subidas sentiu uma dor retroesternal, por trás do esterno em compressão, uma dor muito típica de enfarte". "Parei, comecei a arranjar desculpas, a pensar que talvez não fosse, que talvez tivesse sido do pequeno-almoço", confessou.

"Fiz algumas manobras que se devem fazer - respirar fundo e tossir várias vezes", lembrou, acrescentando que "sentiu melhorias" e continuou com a sua vida.

No entanto, como ficou "assustado", decidiu pedir para fazer exames. Mas não realizou os mesmos. O médico adiou por uma semana por causa do trabalho e acabou por não os fazer porque teve depois o enfarte.

Na manhã do dia 13 de maio, quando se levantou, "sentiu uma dor muito forte no meio do peito" e sentiu "peso nos dois braços". "Não tive dúvidas que estava a fazer um enfarte", afirmou. "O meu pai morreu de enfarte, e morreu de enfarte porque ficou à minha espera. [...] Não acordei a minha mulher, deixei-lhe um papel a dizer que tinha ido para o hospital, vesti-me, calcei uma sapatilhas sem meias, não pus relógio, nada, meti-me no carro e fui a tossir e a respirar fundo, a pensar no que é que me ia acontecer", relatou.

Fernando Póvoas mora perto do Hospital de São João e chegou rapidamente à unidade de saúde, mas "sempre em dor". "Cheguei à urgência, parei o carro a 50 metros da porta da urgência, sai, entrei e disse que estava a fazer um enfarte", acrescentou.

Sobre o facto de ter conduzido o carro até ao hospital nestas condições, Fernando Póvoas confessou: "Como pessoa não se deve fazer, como médico é mais grave porque sabe que não deve fazer. É de uma negligência que me envergonha. É importante dizer que eu me comportei mal. Nunca ninguém com um enfarte deve conduzir", salientou.

"Estava a ser egoísta. A mim podia acontecer ter uma paragem cardíaca e bater em qualquer lado, se morresse a culpa era minha. Agora, podia matar alguém, e aí não posso ser tão egoísta. Não pensei na altura. A primeira coisa que se deve fazer é chamar o INEM porque eles têm medicamentos próprios para nos dar de urgência", realçou, tendo depois rasgados elogios ao Serviço Nacional de Saúde.

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