Num domingo em que se celebra o Dia da Mãe, revelamos a conversa que o Fama ao Minuto teve com Sara Matos a propósito de uma campanha da Chicco. Após realizar uma sessão fotográfica para a marca, cujo intuito foi celebrar as mães - que são #mãesemuitomais -, a atriz destacou todas as suas versões enquanto mulher.

"A maternidade alterou o meu dia a dia mas não mexeu nos meus objetivos de vida. Sou mãe e esforço-me, diariamente, para ser a melhor mãe possível mas não deixo de ser tudo o resto: mulher, filha e atriz. É essencial incentivar as mulheres a não abandonarem os seus objetivos, mesmo quando o sonho da maternidade acontece. Tal como #mãeemuitomais mostra, ser mãe e mulher é compatível", disse ainda num comunicado.

Depois de ter dado as boas-vindas ao pequeno Manuel em 2021, fruto da relação com Pedro Teixeira, Sara Matos aceitou o desafio de dar vida a três personagens, as trigémeas Carolina, Benedita e Júlia da novela 'Sangue Oculto', da SIC. Projeto desafiador que também foi tema de conversa com o Fama ao Minuto. Mas antes, a atriz falou sobre este projeto que a junta à marca para crianças.

O que representa para a Sara fazer parte desta campanha?

Muito porque tento ser uma referência de que não nos podemos limitar só ao maior papel da nossa vida, que é ser mãe. Não nos esquecermos também de que podemos ser boas profissionais, irmãs preocupadas, namoradas presentes… Tudo aquilo que quisermos e podemos ser, inclusivamente, conseguir equilibrar isso com o facto de ser mãe. Porque a maternidade, na verdade, dá-nos as maiores coisas da vida, pelo menos no meu caso foi assim. Ajudou-me a relativizar muito mais tudo, ajudou-me a dar ainda mais importância às coisas simples e essenciais. Portanto, porque não procurar ser melhor em todas as minhas versões?!

É sempre importante cultivarmos o nosso autoconhecimento

Foi difícil essa adaptação e conseguir equilibrar a Sara mãe com a Sara mulher?

Difícil não, foi desafiante e ainda bem. Chama-se viver.

Quais foram os principais desafios nesta jornada?

Conseguir esse equilíbrio, conseguir ser mãe, conseguir ser boa profissional, conseguir ser irmã… É tudo uma questão de equilíbrio, e tendo consciência de que é importante este trabalho que nós fazemos de reajustar todos os dias, pensarmos muito antes de agir ou de falar. É sempre importante cultivarmos o nosso autoconhecimento.

O que significava o Dia da Mãe antes de ser mãe e agora o que significa?

Tudo isto. A grandeza de que o meu filho me ensina várias coisas todos os dias, saber que todos os anos consigo lutar para ser uma melhor versão de mim mesma enquanto mãe do Manuel, mas também enquanto aprendiz – porque ele ensina-me tudo, o essencial da vida. Portanto, significa muito. Significa crescer.

Fácil não diria, aliás, nada aqui, até agora, tem sido fácil. Tem sido é desafiante. E vermos o lado bom das coisas que é: estou a trabalhar, a fazer o que mais gosto, sou apaixonada pela minha profissão

E enquanto mãe, quais os principais desafios que encontrou neste mundo completamente novo que é a maternidade?

É relativizar, equilibrar… Falei dos pontos mais importantes porque são exatamente estes. É isso, não vale a pena estar a ir buscar outras coisas quando na verdade passa muito por isso, o equilíbrio de – sendo a mesma pessoa – ser várias vertentes de mim própria.

Continua no ar na novela 'Sangue Oculto', onde dá vida a três mulheres, três personalidades completamente diferentes… Foi fácil essa gestão de conseguir rapidamente fazer o 'clique' e estar numa personalidade completamente diferente?

Fácil não diria, aliás, nada aqui, até agora, tem sido fácil. Tem sido é desafiante. E vermos o lado bom das coisas que é: estou a trabalhar, a fazer o que mais gosto, sou apaixonada pela minha profissão, tive este desafio que foi um bombom darem-me três personagens diferentes… Portanto, vou agarrar isto com unhas e dentes e da maneira mais sincera e mais genuína que possa ser.

E das três personagens, com qual é que se identifica mais?

Diria a Carolina, por ser descontraída, por dizer aquilo que pensa sem passar por cima do outro, por ter facilidade em empatizar-se com a situação do outro… Diria que é a mais equilibrada delas três.

A chave é sabermos ouvirmo-nos e respeitarmos o nosso tempo

Ser mãe e agarrar personagens tão desafiantes como em 'Sangue Oculto'… Como é que consegue ajustar a sua vida a todos estes desafios ao mesmo tempo?

Acho que teve a ver com um trabalho que fiz há muito tempo. Um trabalho de autoconhecimento que já vem de há 15 anos, que é não me centrar só em mim mesma, perceber que há coisas mais importantes do que eu penso, do que eu ajo… O que quero dizer com isto é que é possível fazer tudo desde que a pessoa esteja equilibrada, desde que tenha tempo para respirar, para conseguir ter uns tempinhos para mim. E consigo fazer isso a partir do momento em que aceito estar presente naquele momento.

Estar presente é estar atenta às pessoas, às situações. Apesar de gravar muito e da grande carga horária (agora já não porque já finalizei as gravações), há sempre tempo para chegar a casa e dizer um "boa noite" com verdade e com vontade de saber como é que correu a vida do meu companheiro, neste caso dar um miminho com presença e disponível ao meu filho. Portanto, posso passar poucas horas com ele, mas quando estou, estou presente, estou disponível. Não estou agarrada ao telemóvel, não estou a pensar noutras coisas… A partir do momento em que a pessoa está presente nesse determinado momento, tudo flui de outra maneira.

Não sabia que ia correr assim tão bem, mas a verdade é que consegui equilibrar muito por causa disso, porque na hora que tenho para dormir eu estou mesmo a dormir, não estou a antecipar coisas que podem acontecer no amanhã. É gerir as coisas de uma forma serena. Acho que foi a experiência que eu tive.

Mas, claro, depende da fase de cada pessoa nesse determinado momento. Se eu de repente tivesse tido um azar na vida e tivesse perdido alguém de quem gosto muito, já seria uma experiência completamente diferente. Se estivesse a passar por um desgosto emocional qualquer, seria uma coisa que, obviamente, iria mexer com o meu sistema nervoso. Temos sempre de adaptar as situações e, até agora, pelo menos nesta fase, tem corrido bem. Isto não é a chave para as coisas correrem bem. A chave é sabermos ouvirmo-nos e respeitarmos o nosso tempo.

Quando sou mãe não deixo de ser mulher, e mesmo quando estou em modo mulher não deixo de estar sempre a pensar no meu filho. Acho que fundem-se uma com a outra

Para a Sara, qual seria o Dia da Mãe perfeito?

Não sei. Não sou muito de idealizar o que quer que seja. Portanto, não tenho um dia perfeito da mãe. Diria que é estar presente e o meu filho sentir-se amado.

E como correu a 'experiência' de viver o primeiro Dia da Mãe depois do nascimento do Manuel, no ano passado? O que é que sentiu nesse dia?

Cheia, mas isso já me sinto todos os dias. É um bocadinho como os aniversários, ou o Dia dos Namorados… Deveria ser assim todos os dias, mas ainda bem que temos um dia para assinalar isso.

Mas dá valor a essas datas?

Dou q.b. (quanto baste). O Dia da Mãe tem de ser todos os dias, mas ainda bem que temos um Dia da Mãe, faz parte. Acho que o mais importante são as coisas simples da vida.

Como se define enquanto mãe e enquanto mulher?

Está tudo muito ligado. Quando sou mãe não deixo de ser mulher, e mesmo quando estou em modo mulher não deixo de estar sempre a pensar no meu filho. Acho que fundem-se uma com a outra. Mas ainda bem que são diferentes. Volto a dizer, é tudo uma questão de equilíbrio. Mãe: protetora, disponível, atenta, amor… Mulher: força, guerreira, respeitadora dos colegas, das pessoas com quem trabalho… É muito isso.

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