Valerie Amos, a primeira mulher negra a ocupar um lugar no Governo inglês e a presidir à Câmara dos Lordes, é a representante do Reino Unido na Cimeira Europa-África que este fim-de-semana decorre em Lisboa.

A escolha da baronesa Amos foi feita depois de o primeiro-ministro Gordon Brown se ter recusado a comparecer pessoalmente em Lisboa, como forma de protesto pela presença do líder do Zimbabwe, Robert Mugabe. O desentendimento entre as autoridades inglesas e a ditadura de Mugabe agravou-se depois de o Governo de Harare ter desencadeado uma campanha de expropriações e "nacionalizações" contra os fazendeiros brancos, quase todos de origem inglesa.

Nascida há 53 anos na Guiana, Valerie Amos cresceu e estudou em Inglaterra, formando-se em Sociologia. Depois de ter trabalhado para administração autárquica de Londres, foi secretária de Estado para o Desenvolvimento Internacional, especializando-se em assuntos africanos. Deixou o Governo quando Gordon Brown subiu ao poder, mas mantém-se próxima da direcção do Partido Trabalhista, a que pertence.

Depois de a Rainha Isabel II lhe ter atribuído em 1997 o título de baronesa, Valerie Amos tornou-se a primeira mulher de origem africana a sentar-se na Câmara dos Lordes, a que mais tarde presidiu. Nos meios diplomáticos, a baronesa é considerada uma negociadora arguta e elegante, mas inflexível.