Georgette, nome de mulher, feminino e provocante, em homenagem ao Georges Pompidou, o centro de arte moderna mais visitado em Paris e um dos mais famosos do mundo.

Foi assim que surgiu o nome do Hotel Georgette, um novo urban & design hotel localizado no cosmopolita bairro do Marais, no troisième arrondissement, um dos mais trendy da capital francesa.

Inaugurada em meados de dezembro de 2012, esta luxuosa e moderna unidade hoteleira inspirada na corrente estética dos novos autores realistas é composta por apenas 19 quatros, incluindo três junior suites. Têm a particularidade de ser todos diferentes e de procurar refletir a influência do centro nacional de arte e cultura que existe nas proximidades, a pouco mais de dois minutos a pé.

Uns têm candeeiros modernistas em forma de gaiolas, outros são forrados a papel de parede com motivos experimentalistas e há ainda outros que se destacam pelo uso de materais naturalistas ou pelo facto de trocarem a cabine de duche por uma moderna banheira, também ela uma autêntica peça de design contemporâneo. A utilização de espelhos, combinados com veludos, tecidos nobres e jogos de luz e cor, confere requinte e sofisticações às divisões, que ganham uma dimensão estética ainda maior.

«Todas as correntes visuais fortes são abordadas nas nossas decorações», assegura Sonia Lemagnen, relações públicas do hotel. A espetacularidade simultaneamente singela das divisões convenceu de imediato os editores dos prestigiados guias turísticos do Louis Vuitton City Guide 2013 a inclui-lo na sua restrita lista de propostas de alojamento para públicos requintados.

Alguns dos quartos inspirados na Street Art são dominados por grandes painéis pixelizados que representam anúncios publicitários do século passado, rasgados como se ainda permanecessem na rua. As cortinas em veludo de linho e a manta em pelo que decora quase todas as camas que existem no hotel tornam o que poderiam ser quartos de inspiração mais industrial em leitos confortáveis e acolhedores. Num dos vários quartos que existem em tons de cor de rosa, inspirados no Pop Art, a sensação de espaço caloroso é mais imediata.

Nesse, o papel de parede às riscas foi mandado imprimir de propósito, depois das duas arquitetas de interior que conceberam a transformação do velho edifício, Anne Peyroux e Emmanuèle Thisy, definirem previamente onde é que ficaram as tomadas eletricas e seriam pendurados os quartos. Nessas zonas, as listas afastam-se para os contornar, garantindo um resultado visual que surpreende e cria impacto. As peças de decoração que personalizam a divisão, à semelhança de todas as outras, são de inspiração vintage mas não são peças datadas nem peças adquiridas em antiquários e feiras de velharias.

«Não quisemos ter peças velhas que viessem dos mercados. Quisemos recriar o espírito das obras em exposição no Centro Georges Pompidou recorrendo a peças de design modernas e originais. Preferimos que elas fossem percetíveis como sendo uma inspiração e não arte pura enquanto tal», justifica Sonia Lemagnen. Foi também esse espírito que levou a administração da pequena unidade hoteleira a optar por materiais naturais como o feltro de lã na suite inspirada na Land Art, corrente que procura recriar marcas da natureza em objetos.

Apesar de não ser uma unidade hoteleira da categoria mais alta, foi todo concebido como se fosse o mais luxuoso dos hotéis. Os tecidos foram comprados a um dos mais exclusivos fornecedores da capital, as peças de design decorativas também têm assinatura e todas as paredes das zonas de duche das casas de banho, geralmente escuras, são revestidas a lâmpadas led. Se apagar as luzes superiores, sentir-se-à a tomar banho sob um magnífico céu estrelado. «Somos um três estrelas com pretensões de topo de gama», justifica Sonia Lemagnen.

A preocupação com os pormenores vai até aos produtos de higiene que são disponibilizados nos quartos, todos da marca de perfumaria Azzaro. «Temos ainda uma outra vantagem. Se uma pessoa vier cá várias vezes e se for sempre mudando de quarto, nem vai parecer que fica sempre no mesmo hotel», refere ainda a a relações públicas. Além da simpatia e do profissionalismo célere dos funcionários, outra das mais-valias do Hotel Georgette vai para a informalidade do serviço, que se reflete também na oferta gastronómica com que os hóspedes se deparam ao pequeno-almoço.

Ao contrário de unidades hoteleiras de maiores dimensões, não há uma variedade quase ilimitada de especialidades gastronómicas, mas há o suficiente para deleitar quem não prescinde de um início de dia repleto de deliciosas confeções. O pão e os tradicionais croissants são irresistíveis, a fruta é deliciosa e o facto da maioria das mesas permitirem tomar o pequeno-almoço com vista direta para a rua e para as deambulações citadinas daquele que é um dos bairros mais agitados da capital parisiense torna a experiência ainda mais intensa.

Quem não gosta de andar muito, tem uma estação de metro a, literalmente, meia dúzia de passos, constituindo a localização um dos grandes trunfos deste hotel. Nas imediações, não muito longe, além do Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou, que dista a apenas dois minutos a pé, ficam alguns dos principais monumentos da capital francesa, como é o caso da catedral de Notre-Dame de Paris e do Museu do Louvre, a uma distância de cerca de sete minutos. Os Campo Elíseos e o Arco do Triunfo ficam a 12 minutos. Preços a partir de 161,50 € (quarto clássico com pequeno-almoço).

Texto: Luis Batista Gonçalves