Uma das primeiras imagens que se tem de qualquer horta é a das vigorosas couves-galegas, de grandes folhas frisadas e acinzentadas, que pela sua resistência e durabilidade permanecem muito mais tempo no terreno do que a maior parte da culturas. Confesso que não são as minhas plantas favoritas na horta mas, à medida que o outono se aproxima, o leque de culturas que podemos fazer vai ficando reduzido e as couves são, sem dúvida, as grandes resistentes.

Existem muitas variedades diferentes, mas há dois grupos principais, as couves-repolho (tipo couve-lombarda e coração-de-boi) e as couves de folha (tipo couve-galega). Os brócolos e a couve-flor também pertencem a esta família e existem muitas outras a explorar. Aconselho vivamente a consulta de «O Livro do Jardim», onde se encontra a informação essencial sobre esta cultura e a forma de poder colher couves ao longo de todo o ano, semeando sucessivamente diferentes variedades.

Na nossa horta, plantámos em junho couves de três variedades diferentes e correu melhor do que esperávamos. Para quem não sabe, as jovens plantas colocam-se na terra com pouco mais de cinco centímetros de altura e inicialmente ficam tombadas, apenas com a raiz enterrada. Quem as visse nesse estado, diria que poucas iriam sobreviver, mas passados 20 dias estavam enormes, já com várias folhas e a crescer vigorosas e sãs.

Temos vindo a desbastar, colhendo as mais adiantadas para consumir logo. Não nos podemos esquecer de plantar mais até às festas natalícias... Vamos também semear uma variedade de couve chinesa, pois uma amiga ofereceu-me um pacote de sementes de uma associação americana, a Hudson Valley Seed Library. Além das couves, temos outras sementeiras iniciadas e muitos trabalhos de preparação permanentemente à nossa espera.

Texto: Vera Ramos