Os conceitos da relação entre a natureza e o bonsai fazem desta arte uma arte viva milenar que cada vez mais atrai aficionados por toda a Europa. Além de nos transportar para a visualização de uma árvore no seu habitat natural, o bonsai pretende ser uma representação, em escala reduzida, de árvores centenárias ou milenares que podemos encontrar na natureza como as oliveiras, os sobreiros ou muitas outras espécies com que a natureza nos brinda. Natureza e bonsai.

A sua reduzida dimensão não deixa ninguém indiferente. Um bonsai não indica uma espécie em concreto, mas sim a arte de miniaturização de uma árvore que, graças a técnicas milenares, se tornam autênticas representações de árvores no seu estado natural. Estes são 10 aspetos úteis que os apreciadores destas espécies devem ter em conta:

1. A espécie

Já se já se questionou porque, por exemplo, o eucalipto não é uma boa espécie? Aqui fica a explicação. Existem árvores que por questões biológicas não são boas para fazer bonsai. Um eucalipto nunca encurtará o tamanho das suas folhas e não conseguirá suportar viver num vaso devido ao seu sistema radicular.

A escolha da espécie facilitará todo o restante processo de trabalhar o bonsai. As espécies autóctones são excecionais. Aproveite a riqueza da nossa flora e parta à sua descoberta.

2. Naturalidade

O bonsai apresenta um conjunto de orientações estéticas mas acima de tudo é importante preservar a árvore com um aspeto natural, semelhante às formas que encontramos na natureza. O outono é a altura perfeita para sair à rua e observar as magníficas ramificações das árvores na nossa cidade, ou nas nossas serras. Desde as tílias até aos imponentes castanheiros e sobretudo, passando pelas coníferas, como os pinheiros, os cedros e os ciprestes, estes poderão ajuda-lo quando estilizar um bonsai.

3. Movimento

Troncos com movimento proporciam ganhar dimensão quando numa pequena escala. Os bonsai com movimentos sinuosos demonstram idade e são muito apreciados.

4. Maturidade

Um bonsai torna-se mais valioso quando maior for o seu estado de desenvolvimento. Alcançar a maturidade como o bonsai da foto pode demorar vários anos mas o seu esplendor de beleza proporciona ao seu criador uma plena satisfação, como se de um quadro se tratasse.

5. Assimetria

Ao contrário dos padrões estéticos ocidentais, fortemente marcados pela simetria, na cultura japonesa a assimetria constitui um elemento de beleza e os bonsai evidenciam também esta preocupação. No próximo artigo descubra o wabisabi ou a estética japonesa, na sua relação com o bonsai.

Veja na página seguinte: Pormenores que fazem a diferença

6. Os pormenores

Os pormenores fazem a diferença. O cliché aplica-se completamente a este caso. O que torna os bonsai como arte e porque são tão apreciados no Japão? Criar um bonsai, depende de uma capacidade técnica mas sobretudo a capacidade hortícola de manter uma árvore em estado saudável.

Todos os pormenores são importantes, desde a delicadeza da casca da árvore até às delicadas flores. Atenda a todos os pormenores quando cuida de um bonsai. Saber identificar problemas é meia solução para o problema.

7. A folhagem

Manter um bonsai com a folhagem nas melhores condições não é tarefa fácil mas quando tida uma correta manutenção, a folhagem espelha a vitalidade e saúde da árvore.

8. As flores

Nem sempre é fácil manter um bonsai e muito menos alcançar a floração, considerando uma estrutura correta. Contudo, a beleza de certas árvores em flor, como as cerejeiras japonesas, deliciam qualquer aficionado.

9. A madeira morta

A madeira morta demonstra a passagem do tempo no nosso bonsai. Em coníferas é extremamente apreciado e fazem dela um elemento essencial. Na natureza, se observarmos as grandes coníferas no topo de uma montanha apresentam muitas das vezes esta madeira morta, que ocorre de maneira natural, devido ao gelo, ao vento e/ou a outros fatores climatéricos.

10. A ramificação

O trabalho de muitos anos é recompensado com a beleza das formas dos nossos exemplares. A ramificação demora muitos anos a criar, sobretudo se falarmos de coníferas, mas demonstram a capacidade técnica e o passar do tempo nas árvores, bem como
a sua evolução.

Texto: Márcio Meruje