Na realidade, a alimentação de um ser humano desde que nasce até que morre expressa muito do seu carácter e do seu comportamento ao longo da sua jornada terrena.

Vejamos, o ponto de vista físico em primeiro lugar. Hipócrates, o pai da medicina (numa era longínqua da convencional!), disse: “Faz do alimento o teu medicamento”! Em pleno século XXI precisámos de reflectir sobre este aspecto, especialmente porque pelo menos 80% das doenças actuais são derivadas de erros e excessos alimentares, portanto faz sentido corrigir o problema ou não??? Por exemplo, o número de pessoas que morrem em consequência de problemas cardiovasculares a nível mundial anualmente, corresponde em analogia á queda de um avião com pelo menos 300 passageiros a bordo de hora a hora, 24 horas por dia, 365 dias por ano. É aterrador! De certeza que se isto acontecesse na realidade, ao fim de 1 dia apenas, todos desistiríamos de andar de avião. Pois bem, então qual a solução? Entupirmo-nos de fármacos? De fármacos está o mundo cheio e estes problemas e outros como o cancro e diabetes continuam a aumentar a um ritmo alucinante. Precisámos de ouvir Hipócrates de novo, mas de preferência por em prática. Tal como um carro não funciona com o combustível errado, o nosso corpo também começa a ter muitos problemas com o alimento errado.

Tudo o que ingerimos vai fazer parte de nós a nível celular permitindo que este corpo maravilhoso possa funcionar em pleno. Há alimentos que activam a vida e nos mantêm saudáveis como as frutas, os legumes, os cereais integrais, a água e que devem ser ingeridos todos os dias com equilibrio também, pois tudo o que é demais mesmo que seja benéfico vai ser eliminado até um certo ponto e o excesso cria desequilíbrios. O nosso corpo tem capacidade de armazenamento e utilização limitada assim como de eliminação limitada. Se assim não fosse não se dariam os excessos e tudo seria eliminado. Por exemplo, se comermos 1 kg de cenouras por dia, todos os dias vamos ficar com excesso de beta caroteno e a pele começa a ter um tom alaranjado e vários problemas decorrem de hipervitaminose. Isto mostra que mesmo um alimento bom em excesso torna-se prejudicial.

Por outro lado, temos alimentos que desgastam o nosso organismo tornando-o ácido e propenso a doenças, como é o caso das gorduras hidrogenadas e saturadas, alimentos refinados, álcool, açúcar, corantes, conservantes, enchidos, assim como o excesso de carnes e de lacticínios.

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As frutas, legumes, hortaliças, sementes, frutos secos, cereais integrais, germinados são os alimentos que curam o nosso corpo e nos mantêm saudáveis. Vejamos as suas qualidades:

- São antioxidantes
- Têm uma acção remineralizante sobre os ossos
- Contem elementos fitoquimicos de acção curativa no organismo
- Diminuem os níveis de colesterol
- Fortalecem o sistema imunitário
- Protegem de várias doenças (cancro, diabetes, hipertensão, arteriosclerose, etc.)

Na realidade a maioria das pessoas tem este conhecimento ou pelo menos algumas noções. Então porque continuámos com estes problemas? Porque a comida é um refúgio para a solidão, o abandono, a insegurança, a baixa auto-estima, os problemas financeiros, o medo, as separações seja por divórcios ou por morte. Para equilibrar a alimentação precisámos de equilibrar as emoções com energia que gera vida e alegria: a gratidão, o amor incondicional, o perdão! As emoções também nos alimentam tanto pelo lado positivo como pelo pólo oposto. Há quem se alimente de amor e quem se alimente de inveja, ciúme, padrão de vítima, por isso uma auto-análise é muito importante e eficaz.

É importante parar para pensar e MUDAR! Ás vezes as pessoas dizem “esta vida são 2 dias não faz sentido fazer sacrifícios, temos que comer e beber o que gostamos”! Então porque correm para o médico a pedir ajuda quando estão doentes????? Se a vida são 2 dias…! Desculpem, mas acho que isto revela “alguma” incoerência mental!

Sem dúvida que doenças podem surgir independentemente dos bons hábitos alimentares mas a probabilidade é menor e a questão principal não é morrer ou não morrer, porque isso sabemos que acontecerá um dia a todos, mas sim a qualidade de vida. Quando um de nós cai doente, não estamos sozinhos a sofrer. Sofre a família, a empresa, a nação porque todos fazemos parte do país e do mundo.

Apenas vos exorto a reflectir e se fizer sentido vão fazendo pequenas mudanças e informem-se para que a vossa vida seja cada vez melhor, mais feliz e mais saudável.

A escolha alimentar está directamente relacionada com a nossa evolução interior, tanto como indivíduos, quanto como nação, cultura e em última análise como consciência da Humanidade. Vamos evoluir todos juntos. Namaste.

Isabel Costa
Naturologista e Palestrante
www.alquimiaalimentar.com
isacosta@netcabo.pt