Vivemos em constante julgamento, seja em autojulgamento seja no julgamento alheio. Para quê? Quando nos julgamos, quando nos comunicamos que não merecemos, que a culpa é nossa, estamos a validar esse lugar onde nos sentimos inferiores, pequeninos à imagem dos outros. As vozes internas são tóxicas e ocupam demasiado espaço em nós.

Não seria muito mais benéfico se conseguíssemos aceitar que, ao invés do erro, o que existe é a oportunidade de aprender através das decisões, escolhas, opções, ações que tomamos? Tudo tem um propósito, e eu acredito profundamente que existe sempre um propósito maior, sendo esse o de evoluirmos a nível pessoal. E esta evolução, ou jornada do desenvolvimento pessoal, não nos enganemos: perpetua-se por todos os dias do resto da nossa encarnação atual. Não existe o dia antes e o dia depois, existem sim TODOS OS DIAS em que escolhemos viver em consciência, de acordo com as aprendizagens das nossas vivências. Recentemente, uma amiga, ex-colega da certificação em Programação Neurolinguística (PNL), disse "antes da PNL eu sabia o que não queria, depois da PNL eu comecei a agir de acordo com o que quero". E caramba, isto é transformador e é real.

Quantos de nós sabemos responder, aliás, reagir, à questão ‘O que é que desejas?’ com a expressão ‘eu não quero ser infeliz’? Pois bem, é bem diferente andar na vida com a felicidade à nossa frente ao invés de andar com ela nas nossas costas e com a infelicidade à frente, que é do que fugimos na prática. Na PNL, o que acabo de partilhar expressa-se desta forma: "away from" (o que evitamos9 ou "toward to" (para onde nos dirigimos).

Partilho alguns dos pressupostos da PNL:

  1. O comportamento de alguém não é a pessoa (aceite a pessoa, transforme o comportamento);
  2. As pessoas têm todos os recursos de que necessitam para ter sucesso (não há pessoas sem recursos, há pessoas que não empregam os seus recursos);
  3. Sou o dono da minha mente e portanto dos meus resultados;
  4. Errar não existe, só existe feedback;
  5. O comportamento é transformável e o comportamento actual é a melhor escolha que se tem no momento;
  6.   O “sistema” (a pessoa, a organização) com o comportamento mais flexível dominará o sistema, quer dizer, quanto mais escolhas, mais efetivo é o modelo do mundo.

Muitas pessoas não arriscam ser felizes porque não conhecem esse lugar, e têm tanto medo de se aperceberem o quanto desperdiçaram que optam por se conformar com o lado morno da vida, aquele que conhecem e não lhes alimenta a alma, apenas o ego - que muitas vezes nos mete em causa. Somos o nosso pior inimigo, até ao preciso momento em que o descobrimos e nos acolhemos, aceitamos que tudo o que temos feito é o que nos tem sido possível em cada momento.

Quando lhe dizem para acreditar que tudo é possível, acredite. Mas acredite também que tudo é possível de acordo com o momento presente, com as ferramentas que tem no momento. Não crie expetativas, não crie ilusões. Responsabilize-se pela sua vida. Não são os seus pais que o fazem feliz ou infeliz, não é o seu emprego que lhe indica se vive miseravelmente ou em dignidade. Não é o seu parceiro, ou parceira, que tem qualquer obrigação/responsabilidade com a sua vida.

Tudo depende exclusivamente do que consideramos válido para nós: quando corrigir a sua forma de estar na vida, quando identificar (e não rejeitar) os seus pensamentos e analisar a origem dos mesmos, quando agir com amor por si, tudo se transformará à sua volta. Porquê? Porque quando nós mudamos é impossível que nos respondam exatamente da mesma forma, já não estamos a vibrar na antiga frequência.

Coragem! Assuma-se. Não tem errado ao longo da sua vida, apenas tem agido de acordo com o que lhe tem sido possível. Agora, tire feedback das aprendizagens de 2019, anote o que foi revelador, o que poderá ser a base para um 2020 mais centrado em si, de forma harmoniosa.