Um especialista em recrutamento da Robert Walters realizou recentemente uma investigação entre jovens profissionais com um a três anos de experiência para obter informações sobre as suas visões sobre o mercado de trabalho e os seus planos de carreira.

Salário continua a ser prioridade

Apesar da sua forte bússola moral e do apreço pelos valores sociais dos empregadores, o salário continua a ser um fator importante para a geração Z. O inquérito realizado pela Walters mostra que 83% dos inquiridos consideram que um salário mais elevado e/ou um pacote mais extenso de benefícios são motivadores para mudar de emprego. Curiosamente, 56% não estão dispostos a considerar um emprego com um salário mais baixo, mesmo que outros benefícios, como flexibilidade ou um bom ambiente de equipa, sejam oferecidos. Apenas 12% dos jovens trabalhadores estão dispostos a aceitar um salário mais baixo para um emprego numa empresa mais próxima dos seus ideais.

François-Pierre Puench, Country Director da Robert Walters Portugal e Brasil comenta em comunicado: "A geração Z é conhecida como 'dreamers' no local de trabalho. Eles são socialmente envolvidos e ambientalmente conscientes, e esperam esforços nessas áreas do seu empregador. No entanto, o salário continua a ser um fator crucial devido ao aumento do custo de vida. A elevada oferta de vagas permite que estes jovens profissionais sejam exigentes, levando as empresas a avaliar e a rever os seus pacotes salariais."

Conteúdo e desafio importam

O conteúdo do trabalho parece ser o próximo grande motivador para a Geração Z: a maioria (64%) está disposta a trocar o seu emprego atual por uma posição mais substantiva e/ou desafiadora. Um quarto dos inquiridos está disposto a abdicar de parte do seu salário para o fazer.

"A geração Z valoriza a diversão e a satisfação no trabalho, e eles não têm medo de desistir do seu emprego para seguir a sua paixão.", explica François. "Por conseguinte, a geração Z vê as suas perspetivas de emprego de forma positiva: 89% sentem-se otimistas quanto à situação económica do seu setor nos próximos 12 meses e 88% avaliam o seu futuro profissional e pessoal como brilhante. Este sentimento positivo reflete-se nos planos de mais de um em cada três jovens de mudar para uma nova oportunidade de emprego nos próximos três anos.”

Trabalhar perto de casa é atraente

Por fim, 41% dos entrevistados afirmam que gostariam de trabalhar mais perto de casa e 15% estão dispostos a aceitar um salário menor por essa oportunidade.

François sublinha, no comunicado, a importância de um bom equilíbrio entre a vida profissional e pessoal para os jovens profissionais e observa também que a geração Z adota a cultura da "agitação paralela". "Hoje, dois em cada três jovens têm um rendimento secundário para além do seu emprego regular.", explica. "Por conseguinte, é lógico que não queiram perder tempo parados no trânsito todas as manhãs e noites. Os empregadores devem tirar partido desta tendência, oferecendo horários de trabalho flexíveis e a opção de trabalhar a partir de casa. Desta forma, continuarão a ser atrativos para a geração mais jovem de trabalhadores.”

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