É provável que parte da história de vida de Herman José se relacione com a profissional, afinal, são cinco décadas nas luzes da ribalta e apenas duas fora de cena. Herman, que nasceu em 1954, começou a sua carreira artística pela música aos 18 anos e, poucos meses após o 25 de Abril de 1974, deu início à de ator e não parou até aos nossos dias.

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No passado mês de março, no dia do seu 70º aniversário, foi distinguindo com a Medalha de Mérito Cultural devido ao percurso profissional "amplamente reconhecido e premiado" e, em outubro, celebra os 50 anos de carreira com dois espetáculos especiais.

Este mês, Herman José é um dos protagonistas da primeira campanha do Disney +. Na campanha, que também conta com a participação de Filomena Cautela e de Carlão, o humorista procura mostrar que o serviço tem conteúdos para quem tem mais de cinquenta anos. Aproveitamos o mote para o desafiar a olhar para trás e a partilhar algumas das lições que aprendeu ao longo da vida.

Este ano celebra 70 anos e 50 de carreira. Quais as principais lições que retira da sua experiência de vida?

A grande lição que eu tiro é que a chave do sucesso está dependente de 10% de sorte, 10% de talento, e os restantes 80% de trabalho e muita transpiração. Não há saídas fáceis para o sucesso.

Após décadas de carreira continua a conquistar novos públicos e a criar conteúdos relacionados com temas da atualidade que dão muito que falar nas redes sociais. Qual é o seu segredo para manter o espírito jovem?

O meu grande segredo é olhar sempre em frente, valorizar o presente e não viver obcecado com o passado. O que passou está feito, é um orgulho saber que existe e foi devidamente valorizado, mas o que conta é a capacidade de partirmos do ponto zero todos os dias. De outra maneira, instala-se a preguiça e a inevitável decadência.

Sente que o sentido de humor dos portugueses tem envelhecido bem?

Tudo em Portugal tem evoluído positivamente. A música, o amor pelas artes, a capacidade de achar que o trabalho intelectual é primodivisionário, e não um verbo de encher. Tem sido um verdadeiro privilégio, fazer parte deste presente.

Que conselho o Herman de hoje daria a um artista em início de carreira?

O grande conselho que eu dou é o de nunca se levar demasiadamente a sério, de, sempre que puder, viajar para nunca se sentir importante e sobretudo de nunca desistir de lutar pelos ideais que considera certos.

Com o que é deixou de se preocupar com o avançar da idade?

Nunca me deixei de preocupar com a passagem do tempo. Em todas as alturas da minha vida, olhei com admiração e respeito para todos aqueles que dominaram a difícil arte de bem envelhecer.

Que conselhos daria a quem está prestes a completar 50 anos?

Basta que tomem a Disney como exemplo. O seu extraordinário sucesso, foi sempre acompanhado pela inquietação de fazer mais e melhor.