“Eu sou um homem Nike. Ou melhor, era. É tempo de aceitar os New Balance. O seu ato corajoso tornou-os na marca oficial da revolução Trump”, começou por afirmar Andrew Anglin, autor do blog neo-nazi The Daily Stormer, no dia 12 de novembro, sobre o facto de a marca americana ter apoiado publicamente o candidato republicano.

Apesar de considerar que este apoio não passa de uma mera estratégia de marketing, o blogger incita os seus leitores a comprarem produtos da marca que, afirma, está a apoiar simultaneamente “as pessoas brancas” e “produção americana”.

“A New Balance está a tornar-se a marca de sapatos oficial dos brancos. Isto vai ser fantástico. Vamos conseguir reconhecer-nos uns aos outros através da nossa indumentária”, escreveu sem qualquer pudor defendendo a superioridade da raça branca.

Recorde-se que na origem destes comentários estiveram as afirmações de Matthew LeBretton sobre o tratado para as parcerias transpacíficas. Quando questionado pelo The Wall Street Journal sobre o assunto, o vice-presidente de comunicação da marca afirmou que, com a eleição de Trump, as coisas iam ganhar a direção certa. A posição defendida pela empresa enfureceu muitos clientes que começaram a pegar fogo aos ténis como forma de protesto.

De forma a reparar aquilo que tinha sido dito e a responder indiretamente às afirmações do blogger, a New Balance publicou um comunicado nas redes sociais onde referia que as suas afirmações sobre Trump “foram tiradas do contexto” e que “não tolera intolerância ou qualquer tipo de ódio.”

“Enquanto empresa centenária com cinco fábricas na América e milhares de funcionários espalhados pelo mundo de todas as reças, géneros, culturas e orientações sexuais, a New Balance é uma organização com valores e cultura que acredita na humanidade, integridade, comunidade e respeito mútuo pelas outras pessoas. Sempre nos comprometemos a fabricar nos Estados Unidos”, podia ler-se no post publicado passados dois dias da polémica.

Apesar de não revogar o apoio feito à marca, Andrew Anglin voltou à carga dizendo que o tweet da New Balance não passava de “uma reposta à pressão” que tem sentido nos últimos dias por parte dos internautas e que a marca é claramente “uma empresa republicana.”

"Foram cometidos alguns erros. Talvez o endorsement do Trump tenha sido prematuro. Mas se o aceitarem, vão ganhar muito com isso”, conclui.