Os bancos existem para quê?

Os bancos e instituições financeiras existem para vender ou comprar dinheiro. Compram dinheiro de cada vez que aplica lá o seu dinheiro e pagam-lhe uma taxa de juro por isso. Vendem dinheiro de cada vez que vai solicitar um empréstimo. Todos ultilizamos a palavra empréstimo e seria muito difícil mudar esse vocábulo, mas a verdade é que a palavra empréstimo induz em erro. Um empréstimo acontece, por exemplo, quando passo uma caneta ao meu colega e passado um tempo ele devolve-me a mesma caneta. Quanto muito, se a estragar, tem de devolver outra igual.

Empréstimo bancário

No caso dos bancos recebemos uma quantia de dinheiro e não devolvemos o mesmo... aliás vamos devolver muito mais! E faz sentido que assim seja. Pois este é o negócio do banco. Quando alguém recorre ao empréstimo é porque precisa de ter uma determinada quantia de dinheiro que no momento não é possível ter, por isso vai ter de comprar esse dinheiro. O P.V.P. (Preço de Venda ao Público) desse dinheiro é a taxa de juro que é cobrada. Por exemplo, se for ao balcão comprar 10.000,00€ será cobrado um “preço” de 10%, 11%, 12%, ... conforme o risco (e outras variáveis) dessa operação.

O crédito é bom ou mau?

Há alguma tendência a diabolizar o crédito bancário, mas como foi dito acima o crédito é objeto de um negócio perfeitamente válido e que pode ser muito últil em determinadas circunstâncias. O maior problema que o Doutor Finanças tem encontrado são portugueses que querem crédito sem avaliarem convenientemente a real necessidade do mesmo e a sua situação líquida. Por exemplo, um típico sintoma que o Doutor Finanças deteta é a ausência de elaboração de orçamento familiar. Assumem que têm como rendimento mensal fixo valores que são mais elevados do que o seu rendimento real. Outros consideram como fixo valores que resultam de comissões de vendas/objetivos alcançados.

Nestes exemplos detetamos um comportamento comum: má avaliação das possibilidades reais enquanto consumidor. Nestes casos, qualquer imprevisto que ocorra leva a que o sintoma se transforme em doença financeira. O desiquilíbrio do orçamento pode levar ao incumprimento e aumento da prestação. Um empréstimo pode ajudar a reduzir um conjunto de encargos (exemplo: crédito consolidado) ou pode satisfazer alguma necessidade justificável.

Como obter um empréstimo ajustado ao seu perfil

Assim como um médico passa uma prescrição para ajudar na cura, também o Doutor Finanças quer deixar aqui algumas ideias que deve reter antes de formalizar um crédito:

  • Elabore um orçamento familiar e calcule a situação líquida do seu agregado;
  • Identifique hábitos que poderia alterar no imediato se tivesse dificuldades em pagar a prestação;
  • Considere o prazo do empréstimo face às alterações que consegue prever que venham a acontecer: nascimento de um filho, aumento com custos de educação, entre outros;
  • Não envolva outros proponentes que não dêem garantias de estabilidade;
  • Compare simulações de diferentes credores.

A equipa do Doutor Finanças tem um conjunto de especialistas que estão do seu lado. Se pretende uma simulação solicite-nos o quanto antes.

João Raposo