No novo ano, dê uma nova vida às suas finanças. Sabemos que o custo de vida aumentou de forma acentuada nos últimos meses, por isso partilhamos algumas estratégias para organizar as finanças em 2024 e começar desde cedo a trabalhar para um ano mais positivo financeiramente.

1.Fazer um orçamento

A tarefa de fazer um orçamento vai além de saber quais são os seus gastos: deve quantificá-los. Desta forma, vai ter uma noção mais real do dinheiro que gasta mensalmente. E isso permite identificar as áreas em que pode fazer ajustes e ajuda a tomar decisões mais conscientes.

2. Rever contratos

Eletricidade, gás, telecomunicações ou seguros. São vários os contratos que pode rever para perceber se é possível encontrar melhores condições. Na energia, por exemplo, analise qual a melhor tarifa para si: simples, bi-horária ou tri-horária.

A tarifa bi-horária só compensa realmente se fizer mais de 40% dos consumos diários nas horas de vazio, ou seja, entre as 22 horas de um dia e as 8 horas do dia seguinte.

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No caso dos seguros, a comparação também é essencial. Se encontrar melhores condições noutra seguradora, não hesite em mudar. Além disso, perceba se ainda precisa de todas as coberturas de cada apólice, uma vez que pode estar a pagar por coberturas que já não fazem sentido para si.

Em relação às telecomunicações, a lógica é a mesma. Será que está a pagar por serviços que não usa? Se for o caso, reveja o contrato.

3. Analisar o que pode fazer com o crédito habitação

Quem comprou casa com recurso ao crédito habitação, tem na prestação uma das principais despesas mensais. Assim, este é um ponto que não deve ser descurado e em relação ao qual deve prestar atenção para perceber se existem melhores opções no mercado.

Ao renegociar com o seu banco ou ao procurar uma instituição para a qual transferir o contrato pode conseguir alterar condições como o spread, o prazo do indexante (Euribor a três, seis ou 12 meses), o regime da taxa de juro (fixa ou variável) o prazo para pagar o empréstimo ou a modalidade de reembolso.

Numa dívida de 150 mil euros com 360 meses (30 anos), baixar o spread de 1,5% para 1% resulta numa poupança mensal de 46,73 euros. No final do contrato terá poupado 16.823,36 euros.

Esta é apenas uma das soluções que tem ao dispor na revisão do crédito habitação. Além disso, o Estado criou mecanismos para ajudar as pessoas que estão com dificuldade em pagar a sua prestação, tais como a moratória de capital, a bonificação dos juros ou a suspensão da comissão por reembolso antecipado.

4. Fazer um fundo de emergência

Se lhe acontecer um imprevisto, como é que ficam as suas finanças? Uma forma de garantir que o orçamento não fica desequilibrado é criando um fundo de emergência.

Este fundo deve ter dinheiro suficiente para cobrir entre 3 e 12 meses de despesas, consoante seja trabalhador por conta de outrem ou trabalhador independente.

5. Apostar em produtos de poupança e investimento

Sabia que com uma taxa de inflação média de 3% o poder de compra cai para metade em 25 anos? Assim, é importante que não tenha o dinheiro parado. Depois dos ajustes que fez, pode usar uma parte dessa margem e investir em produtos de poupança e investimento.

Aqui, é importante que conheça o seu perfil de investidor. Isto porque se tem menos tolerância ao risco, os produtos mais adequados serão aqueles que garantem o capital investido, apesar de os retornos serem mais modestos. São exemplos disso os Certificados de Aforro, Certificados do Tesouro ou alguns seguros PPR.

Para quem tem um perfil mais agressivo e está disposto a correr mais riscos (mas também a ganhar mais), existem produtos como ETFs ou ações. No entanto, estes não garantem o capital, o que significa que pode perder o dinheiro que investiu.

Um ponto importante é estabelecer um objetivo para as suas poupanças e investimentos (comprar casa, carro ou investir para a reforma, por exemplo).

6. Otimizar o IRS desde cedo

De forma a aumentar as deduções, garanta que todas as despesas estão alocadas às categorias certas no portal e-fatura. Estas deduções são o montante que as Finanças abatem à coleta total de imposto para obter a coleta líquida. Se esta for inferior aos valores de retenção na fonte, é reembolsado. Se for superior, tem de pagar IRS.

Por fim, saiba que é possível aumentar as deduções ao mesmo tempo que prepara o futuro. No caso dos Planos Poupança Reforma (PPR), pode deduzir 20% dos montantes investidos anualmente.

De acordo com a idade, os limites são os seguintes:

  • Até aos 35 anos: 400 euros (tem de aplicar 2.000 euros)
  • Entre os 35 e os 50 anos: 350 euros (tem de aplicar 1.750 euros)
  • A partir dos 50 anos: 300 euros (tem de aplicar 1.500 euros)

Quando for entregar a declaração anual de rendimentos deve garantir que o quadro 6B do anexo H está preenchido.