Vera Bráz Mendes, licenciada em Relações Internacionais, e Joana Ribeiro de Carvalho, psicóloga, criaram no final de 2010 a Passion 4 Life.

Vera tem 40 anos, é casada e tem três filhos entre os oito e os 15 anos, e confessa que a sua paixão são as pessoas; especializou-se em Programação Neuro-Linguística e coaching. Joana tem 30 é solteira e não tem filhos; especializou-se em Psicologia Positiva e na área do coaching. A vida cruzou-as há um tempo e daí ao nascimento da empresa foi um passo.

Para criar a empresa, as amigas resolveram unir as forças e as virtudes de cada uma aproveitando a formação base, que se complementa muitíssimo bem. “Há muitas pessoas que pensam que nós somos um bocadinho loucas por nos aventurarmos a criar esta empresa num período de crise em que toda a gente de queixa, mas nós não nos deixámos influenciar por isso e atirámo-nos para a frente”, desabafa Vera Bráz Mendes.

E justificam porque decidiram fazê-lo: “O que as organizações, as empresas e as pessoas precisam é de uma mudança de paradigma, uma caixa de Pandora com a esperança lá dentro! Achámos que, nesta conjuntura, em que as pessoas estão muito em baixo, é absolutamente necessário ajudá-las a encontrar o melhor de si próprias. É preciso que as pessoas consigam reinventar-se, reenquadrar a vida e fazer tudo diferente.”

As duas defendem que ser positivo é o primeiro passo para que tudo aconteça. “A mentalidade do nosso povo é o mais ou menos e, com esta história da crise, a ideia de humildade do português ainda ficou mais deturpada. Parece que as pessoas têm medo de dizer que estão felizes! E crise quer dizer mudança, logo também quer dizer mudança de consciência que é passar do ter para o ser e cada um de nós sentir-se responsável pelas escolhas que faz na vida.”

Na prática, as empresárias fazem reuniões individuais com cada pessoa, ou com os clientes, no caso de ser uma empresa, e vão ao encontro das necessidades que as pessoas têm naquele momento. “Vamo-nos concentrar nas forças e virtudes que aquela pessoa tem de encontrar para superar a dor e o sofrimento que está a passar e o nosso foco não vai ser o problema, mas sim a solução. E isso é que é coaching apreciativo, ou seja, baseado na psicologia positiva”, explica Joana Carvalho para acrescentar que é a própria pessoa que vai guiar o processo. “O nosso trabalho é dar-lhe as ferramentas que ela precisa.”

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Todo este crescimento pessoal é feito no mínimo em três meses com sessões individuais semanais de uma hora. “Os resultados que nós pretendemos são, sobretudo, resultados emocionais, e, para haver mudança comportamental, temos de ir à emoção. Não nos podemos focar só no processo e nos resultados, temos de nos focar na pessoa”, afirma Joana que desenvolve o seu trabalho através das ferramentas de duas técnicas: coaching apreciativo e Psicologia Positiva.

Nas empresas, as estratégias são as mesmas mas as empresárias adaptam-nas sempre à necessidade do cliente. “Podem ser pequenas ou médias empresas ou empresas de grande dimensão. Fazemos sempre um estudo inicial de anamnese no sentido de identificar as necessidades da empresa, e se forem necessidades de formação, vamos colmatar de acordo com os objectivos do cliente quer seja na área da liderança, inteligência emocional, gestão de prioridades ou gestão do stresse.”

A médio prazo, Vera e Joana estão a planear a criação uma bolsa de coachs e formadores para sustentar todo o trabalho que estão a desenvolver. Isto é, fazem a avaliação da formação de acordo com as necessidades e vão complementar com sessões de coaching. “Até aqui dava-se formação aos dirigentes ou aos colaboradores, ou fazia-se coaching tendo em conta os objectivos, a nossa empresa junta as duas coisas, formação para adquirir conhecimentos teóricos, complementado com sessões de coaching para viabilizar a integração de conteúdos ao nível da identidade e dos valores da pessoa em causa”, sustenta a psicóloga.

As empresas, ao contrário das pessoas, são mais objectivas e pragmáticas e estão muito menos preocupadas com a parte emocional. O que elas querem é produtividade e resultados. “Hoje em dia, mais do que a depressão, é o stresse que atinge as empresas. Mais do que a ansiedade, é a forma de produtividade, organização, gestão do tempo, criatividade e inteligência emocional que é preciso desenvolver”, sublinha Joana Carvalho.

Apesar de aparecerem no mercado no pico da crise, Joana e Vera consideram que a crise para elas é CRISE = consciência, resistência, resiliência, inteligência, superação excepcional. “As pessoas vêm ter connosco porque os nossos serviços vão ao encontro das necessidades actuais do País. As pessoas precisam de mudança”, consideram as empresárias.

Focadas no crescimento pessoal e profissional, as amigas pretendem, para além da bolsa de coachs, alargar horizontes para outros países e já tem algumas perspectivas fora de Portugal. “Um dos nossos próximos projectos é desenvolver um workshop orientado para o optimismo em tempo de mudança”, e Joana Carvalho vai estar presente no âmbito de outro projecto no Congresso Mundial de Psicologia Positiva que vai decorrer em Julho, em Filadélfia, “uma experiência, seguramente, muito enriquecedora”, concluem.

Texto: Palmira Correia