Junho é um mês de maior folga orçamental para muitas famílias, que recebem, nesta altura, o subsídio de férias. Usar parte deste dinheiro extra para regularizar dívidas ou reforçar poupanças é uma boa estratégia para melhorar as finanças pessoais, sobretudo num contexto marcado pelo aumento dos juros e subida generalizada dos preços.

Neste artigo, conheça cinco ideias de como aplicar o subsídio de férias para equilibrar o orçamento familiar.

1 – Tem dívidas? Use o subsídio de férias para liquidar esses valores

Se tem faturas em atraso, dívidas à Segurança Social, Autoridade Tributária e Aduaneira, ou a outras entidades, tente regularizar essas contas com o seu subsídio de férias. Lembre-se que a maioria das dívidas tem juros elevados associados. E quanto mais depressa pagar o que deve, menor será o encargo que terá de suportar.

Além disso, ao saldar estas dívidas, evita a possibilidade de processos judiciais, penhora de bens, entre outras situações complexas.

2 – Amortize os créditos com taxas mais elevadas

Caso tenha contrato um ou mais créditos, o seu subsídio de férias pode ser usado para amortizar o capital em dívida, diminuindo assim o valor dos juros a pagar à instituição financeira.

Por exemplo, se tem uma dívida de um cartão de crédito, é aconselhável que tente amortizar esse valor na totalidade com o seu subsídio. Afinal, dentro dos créditos ao consumo, os cartões de crédito são os financiamentos com as TAEG mais elevadas.

Se tiver os seus cartões de crédito em dia, olhe para as taxas de juro de outros empréstimos que tenha contratado. Por exemplo, se tem um crédito pessoal e um crédito automóvel, veja qual dos dois tem a taxa de juro mais elevada e amortize de forma total ou parcial o montante em dívida. Isso permite-lhe reduzir a sua prestação mensal ou a duração do contrato de crédito, aliviando a fatura total de juros.

Por fim, considere também a possibilidade de amortizar o seu crédito habitação, lembrando que, até ao final do ano, está suspenso o pagamento de comissão de amortização antecipada nos créditos com taxa variável para a compra e construção de habitação própria e permanente.

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3 – Constitua ou reforce o seu fundo de emergência

Há inúmeras situações imprevistas que podem abalar as suas finanças pessoais. Por isso, é fundamental construir um fundo de emergência que garante a sua estabilidade financeira perante despesas inesperadas, quebras de rendimentos ou até numa situação de desemprego.

O fundo de emergência deve ser composto por dinheiro suficiente para cobrir todas as suas despesas essenciais por um período de 3 a 12 meses. Ou seja, se as suas despesas essenciais correspondem a 800 euros, deve ter um fundo de emergência com 2.400 euros a 9.600 euros, no mínimo.

Uma vez que estamos a falar de uma poupança de milhares de euros, é preciso implementar uma estratégia para alcançar o valor pretendido. Uma boa solução é fixar um valor mensal para destinar ao seu fundo, a que pode juntar parte do seu subsídio de férias, subsídio de Natal e até reembolso de IRS. Desta forma, chegará mais depressa à sua meta.

4 – Aumente as suas poupanças ou maximize o seu dinheiro

Se já tem o seu fundo de emergência constituído, pode aplicar parte do seu subsídio de férias num depósito a prazo, numa poupança para os seus filhos, ou noutros produtos de capital garantido, como os certificados de aforro, que lhe asseguram algum retorno, sem risco de perder o dinheiro que investiu.

Se estiver numa situação financeira mais confortável, e disposto a correr um maior risco, pondere a possibilidade de investir algum dinheiro noutro tipo de instrumentos, como fundos de investimento, ações, obrigações ou matérias-primas, por exemplo. Tenha em atenção, porém, que antes de dar este passo, é fundamental conhecer o seu perfil de investidor e adequar, da melhor forma, as suas escolhas.

5 – Comece a preparar o futuro com um PPR

Quanto mais cedo começar a pensar na saúde das suas finanças no futuro, melhor. E a criação de um PPR é uma excelente forma de ter uma vida financeira mais tranquila na idade da reforma.

Além disso, a este tipo de produto estão associados benefícios fiscais bastante atrativos. Isto porque, se investir num PPR a longo prazo, pode salvaguardar um complemento para sua reforma, e ainda deduzir à coleta 20% do valor que aplica por ano neste produto na sua declaração de IRS.

Por isso, se ainda não tem um PPR, pondere aproveitar parte do seu subsídio para começar a preparar a sua poupança para o futuro. Lembre-se que só uma gestão responsável hoje lhe garantirá a estabilidade do amanhã.

Imagem de abertura do artigo cedida por Freepik.